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Irmãos são presos por matar funcionário de fazenda no Nortão; dupla ameaçou delegada da Polícia Civil

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Redação Só Notícias (foto: assessoria)

A Polícia Civil esclareceu o homicídio do funcionário de uma fazenda, no município de Paranaíta (362 quilômetros de Sinop), ocorrido no Dia dos Pais, e representou pelos mandados de prisão dos dois irmãos autores do assassinato de Bernardo da Conceição Pereira, 39 anos. Ambos foram presos no estado do Pará.

Segundo a Polícia Civil, os irmãos, que trabalhavam na mesma propriedade rural da vítima, debocharam das investigações, entraram em contato com testemunhas e, acreditando que não seriam presos, ainda ameaçaram a delegada de Paranaíta, dizendo que fariam dela ‘isca para peixe’. Ainda, um deles chegou a gravar um vídeo, antes da chegada das equipes da polícia ao local, mostrando o corpo da vítima, lamentando a morte do ‘amigo’ e clamando por justiça.

No dia 13 de agosto, a Delegacia de Paranaíta foi comunicada pelo funcionário de uma fazenda que alegou ter encontrado o corpo de um homem que trabalhava na mesma propriedade. Segundo havia informado a testemunha, o corpo da vítima foi localizado em uma vala, próximo a uma estrada de acesso à fazenda, e apresentava sinais de espancamento.

A equipe da Polícia Civil seguiu até o local, acompanhado de peritos da Politec, e constatou que a vítima não tinha sido morta onde o corpo foi encontrado. A perícia constatou ainda que Bernardo foi espancado e torturado, antes de ser morto.

Os dois irmãos, de 50 e 54 anos, vistos pela última vez com a vítima, foram ouvidos na Delegacia de Paranaíta e estavam bastante nervosos e apresentaram depoimentos conflitantes. Conforme explicou a delegada Paula Meira Barbosa, os dois tremiam e tentavam se justificar o tempo todo. “Mesmo quando não eram indagados, tentavam se justificar o tempo todo. Um dos suspeitos chegou a gravar um vídeo, antes da chegada da polícia, demonstrando a situação do corpo da vítima, dissimulando que estariam com dó da vítima e ao final ainda clamaram por justiça”.

Um dos irmãos, o que comunicou o encontro do corpo à polícia, alegou em depoimento que a vítima havia saído de casa e não retornou. Ele disse que ficou preocupado e saiu em busca de Bernardo e o encontrou na estrada da fazenda.

A afirmação foi desmentida durante a investigação, tanto nas diligências quanto pela perícia da Politec. Segundo a polícia, o cruzamento das informações trazidas nos depoimentos prestados e a hora em que a vítima foi morta foram fundamentais para definir a autoria, como apontou a delegada Paula. “O horário da morte foi o mesmo momento em que a vítima havia ficado sozinha com os suspeitos, após os outros funcionários da fazenda saírem para buscar um pneu de trator que estava no conserto”.

Durante o período em que permaneceram foragidos, os dois entraram em contato com algumas testemunhas e desdenharam das investigações, acreditando que não poderiam ser descobertos. Inclusive, chegaram a ameaçar a delegada Paula Barbosa, dizendo que fariam isca dela, demonstrando frieza e deboche em relação ao trabalho da polícia.

Os dois irmãos, após prestarem depoimentos, fugiram para o estado de Mato Grosso do Sul e depois foram ao Paraguai. Em uma das ligações, um deles alegou inocência, dizendo que “é triste ser acusado de coisa que não deve”, e que estava em Pedro Juan Caballero e que iria ao interior do país paraguaio.

Nesta semana, após a decretação dos mandados de prisão, os dois foram presos na cidade de São Félix do Xingu, no Pará, onde se entregaram em uma delegacia no município. Eles seguem presos, à disposição da Justiça. O inquérito policial será concluído nos próximos dias e encaminhado ao Poder Judiciário.

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