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Investigação desmonta esquema de extorsão em Juína

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Um grupo criminoso que extorquia pessoas há pelos menos cinco anos foi desarticulado durante uma operação da Polícia Judiciária Civil de Juína, de cumprimento de mandados de prisão temporária (trinta dias prorrogáveis por mais trinta) e de busca e apreensão domiciliar. A polícia informa que descobriu quatro pessoas estavam envolvidas nos crimes. Um é o ex-agente prisional Levi Paim Tunes, 35 anos, preso preventivamente pela acusação de prática de crime de extorsão, comercialização ilegal de arma de fogo e formação de quadrilha. Levi é apontado pela polícia como o chefe da organização cuja especialidade é a cobrança de dívidas mediante violência e grave ameaça. A organização também teria a participação de dois ex-policiais militares, Eudes Adão Conrado e Júnior Cavalcante Santana. Eudes está foragido e Júnior se apresentará ao delegado de Juína ainda nesta quarta-feira. O quarto integrante não foi revelado e há indícios da participação de outras pessoas.

Os três colecionam diversos inquéritos policiais na delegacia municipal de Juína e processos criminais no fórum, em que constam como réus e indiciados em vários crimes. Levi Paim há cerca de quatro anos foi exonerado pelo Sistema Prisional. Ele é investigado em cinco inquéritos e tem duas ações penais. Também já foi indiciado por formação de quadrilha, extorsão, estelionato, abuso de autoridade, agressão a presos e agora mais três crimes entrarão na lista.

Junior Santana foi preso por duas vezes, uma por tráfico de drogas, na cidade de Porto Velho, Rondônia, e outra por estupro em Juína. Foi demitido da Polícia Militar no ano de 2006, a bem do serviço público. Eudes Adão Conrado, ex-policial militar, “também é turista do código penal”. Já foi preso, indiciado e processado por delitos como roubo a banco e abuso de autoridades. Foi expulso da Polícia Militar no ano de 2004.

De acordo com o delegado, Alexandre Franco, as investigações iniciaram há dois anos, a partir de denúncias de várias vítimas. Durante esse tempo, a polícia reuniu uma série de provas da atuação criminosa da quadrilha. Escutas telefônicas, quebra de sigilo bancário e telefônico foram autorizadas pela justiça para auxiliar nas investigações que culminaram ontem na prisão do ‘cabeça’ do grupo e na apreensão de vários documentos que comprovam a cobrança ilícita, como notas promissórias, cheques, duas CPU e uma caminhonete Blazer, usada por Levi. “São bandidos comuns que estavam nas ruas extorquindo dinheiro de pessoas, suspeitos de até execuções”, disse o delegado.

As escutas telefônicas, autorizadas pela justiça, revelam detalhes sobre a ação grupo. A especialidade deles era extorquir dinheiro de pessoas que estavam devendo no comércio. Quando o devedor não dava o dinheiro, era ameaçado e bens tomados como forma de pagamento. “Há muito tempo eles efetuam cobranças na região. As cobranças eram executadas com grave ameaça e até utilização de arma de fogo como forma de pressão, consistindo em crime de extorsão”, explica Alexandre.

Conforme as investigações, nenhum dos indiciados tem emprego fixo, sobrevivem exclusivamente de “bicos” ilegais, porém, ostentam veículos de luxo, imóveis barco e realizam festas constantes. Vivem com padrão de vida incompatível com a condição de desempregados.

O delegado Alexandre Franco destaca, que a quebra do sigilo bancário vai ajudar a polícia comprovar a incompatibilidade do patrimônio dos acusados. A documentação passará por uma perícia contábil.

A alta periculosidade da quadrilha fez a polícia solicitar apoio do Grupo de Operações Especiais (Goe) da Diretoria de Atividades Especiais (Dae) da Polícia Civil, para realização da ação. A operação contou com o apoio de delegados e policiais da regional de Juína e da delegacia municipal.

Cobrança – As cobranças ilegais consistiam basicamente em adquirir de clientes que tenham dívidas a receber, muitas delas ilegais provenientes por exemplo de agiotagem. Depois, utilizando-se do temor reverencial que têm perante a sociedade, por serem ex-servidores públicos de órgãos de segurança, pressionam as vítimas (devedores) ao pagamento das quantias, utilizando-se de grave ameaça e violência, inclusive de armas de fogo. Após pagas as dívidas, em espécie ou com objetos (armas de fogo, motocicletas, por exemplo), entregam parte do valor ao cliente e retêm outra parte como pagamento pelo “serviço”.

A informação é da assessoria da Secretaria Estadual de Segurança.

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