A Polícia Civil de Mato Grosso deve encerrar, até agosto, as investigações iniciadas em diversas operações para combater os crimes relacionados à corrupção, contra a administração pública e de desvio de dinheiro público. Este é o prazo de encerramento da Operação Karcharias, lançada em maio deste ano pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp/ MT), que pretende concluir procedimentos. Entre os inquéritos que deverão estar conclusos estão os de casos como as Operações Edição Extra, BB PAG e Impostor. Todos os casos são apurados pela Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz).
Conforme a Polícia Civilos trabalhos de análise de dados, coleta de indícios e as oitivas de testemunhas e suspeitos deste tipo de crime seguem em ritmo acelerado. A ideia principal é, com o esforço empregado, apresentar, até agosto, um resultado mais próximo o possível da meta estabelecida pelos comandos das polícias Civil e Militar, com o apoio do Ministério Público Estadual (MPE).
Entre as principais operações, a que apura o rombo na conta única do Estado, por meio do BB PAG, encontra-se em fase adiantada. Sob a responsabilidade da delegada Cleibe Aparecida de Paula, a investigação é um desdobramento de outra ação da Polícia Civil, que culminou com a Operação Vespeiro. Enquanto a investigação concluída apurou desvios de dinheiro público para pessoas físicas, a investigação em curso apura as mesmas fraudes, com empresas como destinatário da verba, em um rombo que pode chegar a R$ 100 milhões.
Ao final da Operação Vespeiro, a delegada indiciou 30 pessoas, entre mentores, operadores e beneficiários do esquema, que gerou um desvio de mais de R$ 16 milhões da conta única de Mato Grosso, por meio de pagamentos por supostos serviços executados a ‘laranjas’, que ficavam com parte do dinheiro desviado e devolviam o restante para a ex- coordenadora do setor.
Outra investigação que está inserida no contexto da Operação Karcharias é a que apura a participação de ex-servidores da Prefeitura de Cuiabá em um esquema de fraude na arrecadação de tributos do município em seis serviços e três impostos.
Uma auditoria da prefeitura no banco de dados do sistema de administração tributária identificou que no período de dez dias cerca de R$ 1,3 milhão na arrecadação do IPTU, haviam deixado de entrar nos cofres do município. A auditoria apurou que funcionários públicos municipais estariam agindo “de forma ardilosa, cooptando contribuintes do fisco municipal e promovendo a baixa de IPTU e outras taxas de forma fraudulenta”.