A Polícia Civil já identificou três empresas vítimas da quadrilha de roubos de cargas de grãos, presa em Rondonópolis, na terça-feira. Todas com sede na região sul do Estado. Sete pessoas, sendo seis homens e uma mulher, foram autuadas em flagrante e indiciadas por roubo e formação de quadrilha.
No mês passado, duas cargas de grãos de soja foram desviadas de Juscimeira, duas de Rondonópolis e uma de Campo Verde. A quadrilha também teve atuação nos municípios de Jaciara e Pedra Preta. Uma transportadora de São Paulo pode estar na lista das vítimas.
Para o delegado Roberto Amorim, titular da Delegacia Especializada de Repressão a Roubo e Furto de Veículos Automotores (DERFVA), está claro que o objetivo principal da quadrilha era a carga de soja “em razão do alto valor do produto no mercado e do abandono das carretas”, disse.
Após descarregar os grãos a quadrilha abandonava a carreta. Duas delas foram encontrada nas regiões de Primavera do Leste e Campo Verde. “Talvez tenha outros roubos que ainda não chegou ao conhecimento da polícia”, ressalta o delegado. “Orientamos as vítimas procurarem o CISC de Rondonópolis para fazer a comunicação e denunciar pelo 197”, complementa Amorim.
Conforme o delegado, cada membro da organização criminosa tinha uma atribuição dentro da “empresa”. O chefe do grupo, conhecido por “Gauchinho”, organizava os roubos, escolhia as vítimas e também era o responsável pela revenda dos grãos. Um motorista levava carga até o armazém, localizado no Distrito Industrial de Rondonópolis, onde era descarregada. O gerente do armazém era contratado como auxiliar administrativo do dono do armazén. A única mulher do grupo, esposa do motorista, cuidava da parte administrativa do negócio ilícito.
Outros três faziam parte do grupo, ambos cuidavam da descarga dos produtos. Todos eram funcionários do armazém, com salários de R$ 400 a 700. No entanto, o padrão de vida deles é incompatível com os vencimentos. A polícia vai investigar se há envolvimento do proprietário do depósito de grãos.
Os sete integrantes da quadrilha foram surpreendidos por policiais civis no momento que faziam a descarga de 44 mil quilos de soja. Havia também milhos e outros grãos no galpão.
Interrogados pela polícia, os integrantes disseram que os grãos eram transformados em ração. O inquérito será conduzido pelo delegado Claudinei Lopes, do Departamento de Patrimônio do Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) de Rondonópolis. As investigações tiveram início há quatro meses.