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Sorriso: homem preso por racismo contra jovem é solto e delegado discorda; “contra a vontade da polícia

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Só Notícias/Ana Dhein com Lucas Torres, de Sorriso (foto: Só Notícias/Lucas Torres/arquivo)

O homem de 38 anos, que foi preso em Sorriso por injúria racial e racismo contra um jovem de 19 anos, foi liberado em Sorriso com medidas cautelares impostas pelo Poder Judicário. Ele foi detido em flagrante na sexta-feira (11), depois de cometer os crimes contra a vítima, que trabalhava na mesma empresa em que o suspeito atuava.

Conforme o delegado Bruno França, diversos vídeos foram entregues aos investigadores, os quais foram analisados. “Comprovado, realmente, casos gravíssimos, tanto de injúria racial, em que ele ofendia vítimas determinadas, quanto de racismo, em que ele difamava de forma genérica e ampla as situações tanto de raça como de procedência regional, especificamente a pessoas vindas do Maranhão e do Pará. De posse desses vídeos, eu, na condição de delegado plantonista, realizei a prisão em flagrante e manifestei perante o Poder Judiciário, pedindo para que ele fosse preso preventivamente, encaminhado ao presídio”, detalhou o delegado.

O delegado Bruno França expressou sua opinião sobre a liberação, mas que o inquérito policial ainda está em andamento. “Contra a vontade da Polícia Civil. De qualquer forma, o procedimento segue. Agora o cartório do delegado João Lucas Wanik, que vai certamente indiciar lo e colocá-lo para responder por esses crimes na ação penal perante o Poder Judiciário. No ponto de vista até pessoal, o ser humano é de uma probabilidade absurda e de uma repugnância ímpar. Quem teve acesso aos vídeos viu que aquilo ali pode causar um dano à dignidade da vítima de forma permanente, duradoura e, às vezes, até eterna”.

“Como eu disse, na minha opinião, deveria ter ficado preso, a gente entende e respeita a decisão e eu acho que é uma coisa que a gente se apresenta cada vez mais incapaz de superar esse tipo de imbecilidade. Enfim, ele vai responder processo, a gente espera que não ocorra, que nenhuma pessoa jamais deva ser submetida a este tipo de tratamento. A gente vai terminar e encaminhar ao Ministério Público”, acrescentou.

O delegado detalhou que o homem não concordava com os números apresentados pela equipe de recursos humanos da empresa na qual tinha vínculo trabalhista. “Passou a ofender de forma gravíssima a menina que trabalhava no RH e posteriormente, ofender raças e procedências regionais de forma genérica, atribuindo a todas essas, essas características maléficas que na cabeça dele ele tem razão e, de qualquer forma, não justifica. Ainda que fosse um motivo em que ele tivesse razão, não justificaria uma atitude dessa. Por isso foi preso. Passou o final de semana preso, mas já está em liberdade”.

Conforme Só Notícias já informou, em um dos áudios com as ofensas racistas, o suspeito diz que: “Colocaram uma negra suja lá. Eu tenho pavor de preto”; “Vocês são acostumados a mentir para os maranhenses, paraenses e para a negada suja que vem lá de não sei onde”; “Não quero essa negrada suja aí. Não gosto de negro, sou racista”.

Além das expressões de ódio racial, o motorista ainda fez ofensas de natureza racial sexual, informou a polícia: “Negra para mim tem que ser bonita. Negras assim, de cabelo atadinho e sem dentes, eu tenho até nojo. Eu vomito”.

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