O delegado de Polícia Civil, Carlos Eduardo Muniz informou, ao Só Notícias, que as mães de dois adolescentes de 12 e 13 anos procuraram a delegacia para denunciar o mesmo homem, de 39 anos, acusado de marcar um ‘encontro’ com um garoto de 12 anos. Dois policiais civis interceptaram o veículo do suspeito, um Fiat Pálio preto, na avenida das Itaúbas, no bairro Jardim das Palmeiras, após uma denúncia, ontem.
“Duas novas vítimas estiveram na delegacia e confirmaram que houve sexo oral e outras circunstâncias que agravam e decorrem para o crime de estupro. Serão abertos mais dois inquéritos policiais pelo crime de estupro. Esses crimes serão analisados e à possibilidade de representar contra o acusado uma nova prisão. A polícia está tentado fazer o possível para chegar a um resultado muito satisfatório”, disse Muniz.
De acordo com o delegado, esse tipo de crime não é incomum em ambientes escolares. “Infelizmente o crime é mais comum do que se parece. Nós já tivemos outros casos em escolas na nossa cidade. Temos que manter de lado toda nossa carga emocional por ser adolescentes. Nós temos que se pautar pela racionalidade para obter todas as provas para que o acusado pague efetivamente pelo que ele fez”.
Carlos Eduardo apontou que há possibilidade de surgirem novas vítimas. “Com certeza há possibilidade de ter mais vítimas. Nós precisamos que essas pessoas procurem a polícia para denunciar. É necessário ter acesso aos casos para conhecer a realidade. As mães precisam conversar com os seus filhos e trazer até nós. Não há necessidade de ter medo ou qualquer tipo de receio”.
Conforme Só Notícias já informou, no primeiro caso, um familiar do garoto de 12 anos procurou a polícia denunciando o aliciamento do mesmo – via WhatsApp. Este familiar levou até os policiais o celular do menor que continha várias mensagens, foto do pênis e também um vídeo do suspeito se masturbando. Também falava palavras “carinhosas”.
O acusado marcou um encontro com o menor e os dois policiais ficaram de campana. O garoto entrou no carro do suspeito e posteriormente o veículo foi abordado. Ainda segundo o documento policial, no celular da vítima foi encontrado um grupo de WhatsApp onde outras crianças são aliciadas pelo suspeito. Posteriormente, os policiais foram até a residência dele, no bairro Jardim Violetas, e apreenderam computadores e demais objetos pornográficos. Em um primeiro momento foi informado que ele seria professor, porém, a informação foi retificada posteriormente.
A assessoria de imprensa da prefeitura de Sinop emitiu nota afirmando que o homem de 39 anos pelo Polícia Civil após marcar um encontro com um garoto de 12 anos, ontem, não é professor da rede municipal de ensino. “O suspeito, na verdade, é acadêmico do curso de letras e vinculado ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid)”, destaca a nota.
A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) informou, por meio de nota, que adotou procedimentos necessários em relação a suspeita envolvendo o acadêmico de 39 anos, do terceiro semestre de Letras do campus de Sinop, acusado por aliciamento e abuso de menores.
A coordenação institucional do Programa de Iniciação a Docência (Pibid) já desligou o acadêmico a pedido da coordenação de área do programa até que todo o processo de investigação seja concluído. A Unemat repudia qualquer atitude ou violência contra menores e salienta que o Pibid é um programa financiado pelo governo federal com o objetivo de estimular o gosto pela docência inserindo os acadêmicos no ambiente escolar de forma a integra-lo com a realidade do aluno. Considere-se que a instituição vem desenvolvendo o Pibid desde 2010 e está é a primeira vez que um bolsista apresenta comportamento que não condiz com os valores da Unemat.
Qualquer tentativa de se aproveitar do ambiente escolar para prática de atos ilícitos deve ser rechaçada. A Unemat se coloca à disposição para contribuir nas investigações e reforça o seu compromisso de formar cidadãos éticos e comprometidos.