Sete pessoas foram presas preventivamente, hoje, em Cuiabá e Várzea Grande, e 14 mandados de buscas foram cumpridos na Operação Camaleão, contra integrantes de grupo criminoso especializado em aplicar golpes por meio do aplicativo WhatsApp. A operação ocorreu também em outros Estados e foi deflagrada pelo Ministério Público de Minas Gerais, por meio da 11ª Promotoria de Justiça de Belo Horizonte e da Coordenadoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos (Coeciber).
Foi decretada a indisponibilidade de R$ 1,8 milhão em bens e ativos dos investigados, para fins de futuro ressarcimento às vítimas. As investigações iniciadas em junho de 2021 descobriram uma organização criminosa foi constituída em Mato Grosso para aplicar golpes em vítimas de diversos Estados. As funções de seus membros foram basicamente divididas no núcleo operacional, responsável por obter dados das vítimas, habilitar chips de telefonia para uso exclusivo na aplicação de golpes, enviar mensagens de WhatsApp para as vítimas, se fazendo passar por familiares delas e solicitar a transferência de valores para contas que indicavam, alegando tratar-se de situações urgentes.
O núcleo financeiro, por sua vez, era responsável pelo fornecimento de contas bancárias e chaves PIX para serem indicadas às vítimas, pelo recebimento dos valores oriundos dos golpes e seu rápido saque ou transferência, de modo a evitar a recuperação do prejuízo pelas vítimas e a garantir a distribuição do proveito ilícito entre os membros da organização. Segundo apurado, muitos dos estelionatos consumados foram cometidos contra vítimas de Minas Gerais.
Os indícios, até o momento colhidos indicam que a organização criminosa movimenta a quantia aproximada de R$ 10 mil por dia útil, o que representa cerca de R$ 1,8 milhão de prejuízos ocasionados às diversas vítimas.
O nome da operação (Camaleão) faz referência ao fato de os estelionatários se “camuflarem” para enganar as vítimas e mudarem constantemente de identidade utilizada no aplicativo de mensagem
O crime de estelionato mediante fraude eletrônica por meio do aplicativo tem sido um dos delitos de maior incidência no país. “Surgiram organizações criminosas especializadas na obtenção de dados pessoais e vínculos familiares, com consequente utilização para obter proveitos enganando parentes dos titulares dos dados através de mensagens pelo aplicativo WhatsApp”, explica, através da assessoria, o promotor Mauro Ellovich.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e as polícias Judiciária Civil e Militar do Estado de Mato Grosso cumpriram os mandados no Estado.