Se as investigações da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apontarem indícios fortes de que a morte de Eiko Nayara Uemura foi motivada por queima de arquivo, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) poderá contribuir com o inquérito, afirma o promotor Arnaldo Justino da Silva. O posicionamento é em razão de a vítima ter sido denunciada como "laranja" da organização criminosa no ramo de hortifrutigranjeiros liderada pelo empresário e tio, Júlio Uemura, 60. O Gaeco ainda aguarda solicitação formal da promotoria de Chapada dos Guimarães para colaborar.
Após a divulgação do laudo que apontou que Eiko foi assassinada e depois jogada no Portão do Inferno, o promotor Jaime Romaqueli avaliou a parceria como fundamental. Novos exames feitos após exumação do cadáver concluíram que ela morreu em decorrência de pancada na coluna cervical com objeto contundente, que pode ter sido um pedaço de pau ou até um cabo de vassoura. Também foram encontradas lesões externas, provocadas antes da queda.
Eiko foi denunciada como sócia-proprietária da empresa MX Comercial de Alimentos e proprietária da Eikon Atacado de Alimentos. A primeira funcionava na sede da Tradexco Comércio Importação e Exportação de Gêneros Alimentícios, também "laranja", e recebia mercadorias compradas pelo corretor René Santos Oliveira em nome do sócio-proprietário Laerte Botelho Feijó. Conforme o Gaeco, René afirmou que fazia as compras em nome dos proprietários e entregava as mercadorias. "Ele disse que 95% do que comprava era entregue na Comercial Uemura, mas que isso é normal e que o dinheiro era repassado para os donos", diz o promotor Arnaldo Justino.