quinta-feira, 19/setembro/2024
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Fraudes em Mato Grosso foram de R$ 15 milhões; 18 presos

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Uma fraude simples, mas que provocou um rombo de R$ 15 milhões aos cofres da União foi descoberta pela Polícia Federal em Mato Grosso, na Operação Bismarck. Falsificadores e estelionatários recebiam parcelas do seguro-desemprego indevidamente, com a ajuda de ex-funcionários da Caixa Econômica Federal e da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/MT). Nesta sexta-feira (5) foram cumpridos 16 dos 29 mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal no Estado. A PF estima que os fraudadores realizaram saques no total de R$ 1,5 milhão/mês durante 10 meses.

Os responsáveis pela operação não souberam informar o valor fraudado em Mato Grosso. A suspeita é de que os atos vinham sendo praticados há cerca de 5 anos. As falsificações foram descobertas também em Minas Gerais, Rondônia, Goiás, Pernambuco, Rio Grande do Norte, São Paulo, Ceará e Paraíba. Foram desarticulados 7 grupos. De acordo com a PF, apenas os funcionários da Caixa Econômica tinham o costume de fornecer os dados para mais o grupo. Foram expedidos 78 mandados no país, sendo 50 de prisão e 28 de busca e apreensão. Segundo o último balanço divulgado pela PF (no fim da tarde de ontem), 40 pessoas foram presas. "Mais da metade das pessoas envolvidas no esquema são de Mato Grosso", diz o superintendente da PF, Oslain Campos.

As fraudes somente eram possíveis por conta da colaboração dos empregados das duas instituições federais. Além disso, a documentação exigida para realizar o saque mostrou a fragilidade do sistema de pagamento do benefício, já que o dinheiro pode ser sacado em qualquer parte do país dispondo apenas da identidade, carteira de trabalho e uma carta de dispensa que é emitida pela empresa.

Para obter esses dados, os fraudadores pagavam até R$ 100 por informação e falsificavam o documento. Os valores sacados variavam entre R$ 400 e R$ 1,2 mil por parcela. Um único fraudador chegou a retirar, em um dia, R$ 6 mil. Segundo a representação, cada membro da quadrilha lucrava de R$ 15 mil a R$ 20 mil por mês com os saques indevidos. Os presos têm entre 23 e 30 anos e gastavam o dinheiro em festas e viagens. De acordo com a PF, 90% não tinham emprego e viviam do golpe. Durante as investigações 10 pessoas foram presas. Com elas foram encontrados vários documentos falsificados. Eles vão responder pelos crimes de estelionato,falsidade ideológica, falsificação de documentos públicos, corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

A Caixa Econômica informou em nota que "como agente pagador do seguro-desemprego, colabora com as autoridades competentes e parceiras no sentido esclarecer as ocorrências apuradas pela Operação Bismarck. Caso seja confirmada a participação de empregado do quadro funcional da empresa, serão tomadas as medidas administrativas cabíveis". Já o Ministério do Trabalho e Emprego divulgou em sua página na internet que "vem participando dessa investigação desde 2008 (…). Como primeira medida, alterou a forma de acesso a informações sobre a liberação de parcelas do seguro-desemprego, visando dificultar a ação de fraudadores sem, contudo, dificultar o acesso do trabalhador ao seu benefício". Nos próximos dias técnicos da instituição se reunirão o delegado Bernardo Bond, que preside as investigações.

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