Levantamento da Coordenadoria de Estatística e Análise Criminal, da secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) aponta que 87 mulheres foram assassinadas em Mato Grosso, ano passado, sendo que 39 casos correspondem a feminicídios. Esta tipificação foi incluída pela Lei 13.104/2015 na categoria de crime contra a vida no que diz respeito a homicídio de mulheres praticados em virtude de violência doméstica e familiar ou menosprezo/discriminação contra a condição de mulher.
Os dados são referentes ao período de janeiro e dezembro e englobam todas as idades. Com relação a 2018, houve redução de 7% nos casos de feminicídios – foram 42 crimes. A secretaria pondera que esses dados podem sofrer alterações “tendo em vista que a investigação do crime é complexa e a consolidação da motivação pode exigir extensão de prazo e envio posterior pelas delegacias”.
Cuiabá não registrou caso de feminicídio ano passado. Em Primavera do Leste foram 4, Sinop 3, Várzea Grande 3, Chapada dos Guimarães 2 crimes assim como em Peixoto de Azevedo e Rondonópolis e Sorriso.
Os demais municípios apresentaram um registro cada: Água Boa, Alto Taquari, Cáceres, Campo Vede, Comodoro, Confresa, Diamantino, Juína, Mirassol D’Oeste, Nobres, Nova Mutum, São Félix do Araguaia, São José dos Quatro Marcos, Tabaporã, Tangará da Serra, Torixoréu e União do Sul.
Dentro do acompanhamento de homicídios envolvendo vítimas femininas, houve aumento ano passado, com 87 registros, levando em consideração o mesmo período de 2018, quando houve 82. De acordo com a série histórica, Mato Grosso registrou 85 homicídios de mulheres no período de janeiro a dezembro de 2015; 91 em 2016; e 84 em 2017.
Os meses que mais apresentaram registros no ano passado foram novembro, com 11 casos, e janeiro, com 10 homicídios de vítimas femininas. O menor número ocorreu em outubro (3); seguido de agosto (5); fevereiro e dezembro (ambos com 6); abril, maio e junho (7 cada); março e setembro (ambos com 8); e julho (9). O estudo demonstra ainda que Cuiabá e Várzea Grande tiveram, respectivamente, quatro e seis mulheres assassinadas ao longo de 2019.
O levantamento também descreve o meio empregado nos casos de assassinatos contra mulheres. No Estado, dos 87 assassinados 37% foram praticados com arma de fogo; 25% com arma cortante ou perfurante; 8% com arma contundente; 10% pelo uso da força muscular; 19% outros meios; e 1% com veneno. A maior motivação apontada continua sendo passional (38%), e em seguida a apurar (31%). Os demais casos são motivados por envolvimento com drogas (15%), rixa (6%), vingança (6%), fútil (1%), ambição (1%), pedofilia (1%) e álcool (1%).