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Fazendeiro confirma versão de caseiro que matou ex-secretário; ‘queima de arquivo’ é descartada

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A Polícia Civil descarta a hipótese de que o assassinato do ex-secretário de Estado de Infraestrutura, Vilceu Marchetti, 60 anos, ontem à noite, em uma fazenda nas proximidades do distrito de Mimoso, tenha outra motivação que não seja a de crime passional. A afirmação foi feita pelos delegados designados para auxiliar nas primeiras investigações, Anaíde Barros e Walfrido Nascimento, da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) de Cuiabá, durante entrevista coletiva, no final desta manhã.

Indagado sobre a possibilidade de “queima de arquivo” – Marchetti foi condenado por atos de improbidade administrativa no processo conhecido como “Escândalo dos Maquinários”, por superfaturamento de R$ 44 milhões na compra de maquinários durante o governo do atual senador Blairo Maggi (PR) – o delegado Walfrido Nascimento descartou a hipótese e afirmou que todas as evidências provam que o crime ocorreu porque o administrador Anastácio Marafon, 53 anos, preso em flagrante, ficou furioso depois que Marchetti “passou a mão nas nádegas” de sua esposa.

“Acredito que nesse caso não haverá surpresas. O casal trabalha há muito tempo com o dono da fazenda, o senhor Neri Fulgante, e estavam há poucos dias nessa fazenda, o que aconteceu em poucos minutos, foi um momento de fúria”, explicou Nascimento.

Além disso, o delegado aponta que o acusado não conhecia Marchetti, nada sabia de sua vida política, e apenas o conhecia como administrador da fazenda. “Eles vieram de outra fazenda, do Sul do país, e o acusado seria o novo administrador”.

A delegada Anaíde Barros ouviu a mulher do administrador, que tem 36 anos e confirmou que o ex-secretário a tocou. “Ela não queria admitir, mas o marido tinha visto de longe a situação e a fez confessar. Quando ela confirmou, ele que estava armado com um revólver na cintura, foi tirar satisfação com Vilceu, que tinha se recolhido para o quarto”, contou Barros.

Ao entrar no quarto, o acusado disse “você tá mexendo com minha mulher” e atirou contra Marchetti, que estava na cama deitado, porém, acordado. Nas oitivas, dez pessoas foram ouvidas e confirmaram a versão do crime. Conforme os delegados, o dono da fazenda ouviu a conversa e os disparos, mas ficaram com receio e só saíram dos quartos para ver o que estava acontecendo depois de alguns minutos.

Os netos de Marchetti, um adolescente de 14 anos e um menino de 9, também foram ouvidos e confirmaram que depois do suposto assédio, viram o homem nervoso, mas não imaginaram que ele fosse matar o avô.

Depois do crime, o acusado jogou o revólver calibre 38 em um lago e voltou para a fazenda. "Ele permaneceu ali, com os outros funcionários e o dono, mas tentou dar outras versões para o crime que tinha cometido, mas acabou confessando quando estava sendo levado para a delegacia". Anastácio será transferido para uma unidade prisional em Cuiabá.

Os delegados de Cuiabá foram designados para auxiliar nas investigações a pedido do delegado de Santo Antônio do Leverger, que passa a partir de agora a investigar o crime.

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