Um aparato com aproximadamente 50 policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Ronda Ostensiva Tática Móvel (Rotam), 1º e 10 BPM, Batalhão de Trânsito (BPMTran), além de viaturas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), do Corpo de Bombeiros e uma aeronave da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer), foi mobilizado para atender uma falsa ocorrência, esta manhã, em Cuiabá.
Conforme levantamento do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), de janeiro a abril deste ano, foram registrados 43.026 falsas ocorrências ou trotes, sendo que 36.620 foram praticados por crianças e 6.406 por adultos. "Infelizmente a segurança pública ainda enfrenta esse tipo de problema que dificulta nosso trabalho", diz o coordenador do Ciosp, tenente coronel Eduardo Henrique de Souza.
A falsa ocorrência registrada, hoje, foi de que quatro homens fortemente armados com pistola .40 e granadas teriam invadido um edifício, na avenida Isaac Póvoas, uma das mais movimentadas da capital, e feito quatro pessoas de refém. No entanto, após acompanhamento e vistoria em todo o prédio, os policiais constaram que a ocorrência era inverídica.
Conforme o comandante geral da PM, coronel Osmar Lino Farias, o Serviço de Inteligência já identificou o suspeito de ter praticado o trote. Assim que for preso, o suspeito deverá responder por de denunciação falsa de crime, previsto no artigo nº 340 do Código Penal. A pena prevê detenção de um a seis meses de reclusão ou pagamento de multa.
Ainda de acordo com o comandante, o suspeito, que é morador do bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá, já tem histórico de praticar esse tipo de delito. "Já temos sua identificação, também temos a informação de que ele tem feito solicitações se passando por policial. Em razão disso e de todo aparato mobilizado na ocorrência de hoje, ele poderá também responder por falsidade ideológica e ser acionado pelo Estado para ressarcir o erário público pelo deslocamento das viaturas e aeronaves", enfatiza.
O secretário de segurança, Diógenes Curado, lamenta esse tipo de fato, entretanto enfatiza que o setor de segurança pública está preparado para atender todo tipo de ocorrência. "Lamentamos muito esse fato. Termos que deslocar homens, viaturas, aeronave para atender uma falsa ocorrência. No entanto, em razão do tipo de solicitação, de que haveria reféns e os criminosos estariam fortemente armados, inclusive com granadas, era necessário empregarmos esse aparato".
Durante todo o trabalho de atendimento e vistoria feitos pelos policiais, a Avenida Isaac Póvoas permaneceu interditada, o que causou um congestionamento de aproximadamente dois quilômetros, entre a Isaac Póvoas e a Avenida Marechal Deodoro, onde foi feito o desvio do trânsito, entre 8h30 e 11 horas.
Segundo o comandante do Bope, major Jonildo José de Assis, que conduziu a operação, os policiais tiveram que fazer vistoria em todos os andares do prédio para confirmar a veracidade da ocorrência. "Nossos homens realizaram varredura nos sete andares, sendo que cada um tinha 11 salas comerciais. Foi um trabalho delicado e minucioso, ainda mais por haver denúncia de presença de granada", diz major Assis, ao explicar sobre o tempo empregado na ocorrência.