A Polícia Federal deflagrou hoje a Operação Sanguessuga. O objetivo da operação é desarticular uma organização criminosa especializada na prática de crimes contra a ordem tributária e fraudes em licitações na área da saúde que agia desde o ano de 2001. Até o final da tarde 46 pessoas foram presas na operação, e 53 mandados de busca e apreensão cumpridos.
Os mandados de prisão temporária e de busca e apreensão foram expedidos pela 2ª Vara Federal de Cuiabá. Cerca de 250 policiais federais participam da operação nos estados do Acre, Amapá, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e no Distrito. Integravam a quadrilha funcionários públicos que atuavam no Ministério da Saúde e na Câmara dos Deputados.
De acordo com o que se apurou nas investigações, a quadrilha negociava com assessores de parlamentares a liberação de emendas individuais ao orçamento para que fossem destinadas a municípios específicos. Com recursos garantidos, o grupo – que tinha um importante membro ocupando cargo de assessoramento superior no Ministério da Saúde, em Brasília – manipulava a licitação e fraudava a concorrência valendo-se de empresas de fachada. Desta maneira os objetos da licitação eram fornecidos a preços superfaturados, às vezes até 120% superiores aos valores de mercado.
Segundo as investigações, através deste esquema a organização negociou o fornecimento de mais de 1.000 unidades móveis de saúde em todo o país. A movimentação financeira total seria de cerca de R$ 110 milhões.
Até o fim do dia todos os presos serão levados para Mato Grosso.
MINAS GERAIS – Em Minas, quatro pessoas foram presas em Belo Horizonte (2), Contagem (1) e Governador Valadares (1). Foram cumpridos seis mandados de busca nas três cidades e em Juiz de Fora, que resultaram na apreensão de documentos e computadores.