A Polícia Judiciária anunciou, hoje, que adotará medidas enérgicas em casos de ameaças em redes sociais a escolas no Estado. “Todo infrator ou infratores e seus pais serão responsabilizados criminalmente pelas disseminações das promessas de ataques nas unidades de ensino, em qualquer município do Estado”.
Também haverá cobrança de valores financeiros dos prejuízos gerados pela mobilização das forças de segurança para apuração dos fatos. “Até então, todos foram averiguados como inverídicos, tratados pelos envolvidos como brincadeira de mau gosto. No entanto, na segurança pública são vistos com atos de ameaças e de apologia ao crime, passíveis de responsabilização criminal”.
Os monitoramentos são realizados constantemente pela Gerência de Combate a Crimes de Alta Tecnologia (Gecat) e a Gerência de Operações de Inteligência (GIP), ambas ligadas à Diretoria de Inteligência, que tem o objetivo de identificar os membros dos grupos em que se notícia promessas de ataque em escola. O trabalho conta com apoio das delegacias de polícia dos locais com denúncias.
As notícias de atentados em escolas tomaram proporção, após a tragédia da escola Raul Brasil, em Suzano (SP), no dia 13 de março. Após isso, em Mato Grosso, jovens passaram a espalhar mensagens de violência (áudios e texto) e ainda postagens com armas de fogo, mesmo que supostamente sem poder letal ou de brinquedos.
Ontem, as forças de segurança foram acionadas após imagens serem espalhadas em grupos em aplicativo de mensagem, sobre um adolescente de 15 anos que postou fotos segurando uma arma de fogo (modelo airsoft), com legenda que insinuava como alvo um colégio particular de Cuiabá. O fato levou vários alunos e pais a acreditarem em um possível atentado.
Um procedimento foi instaurado na Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), para apurar o ato infracional cometido pelo adolescente, análogo ao crime de ameaça. O menor, o pai e a mãe serão ouvidos na unidade policial. O adolescente será responsabilizado pelo ato infracional.
Conforme Só Notícias já informou, em Sorriso, quatro estudantes foram identificados como suspeitos de fazerem parte de um grupo em um aplicativo de mensagens onde estava sendo planejado um suposto ‘massacre’ na Escola Estadual 13 de Maio. Na escola estudam cerca de 800 alunos e, após a conversa divulgada onde os jovens combinavam de levar fogos para assustar os alunos e facas para matá-los, os alunos não foram as aulas no dia seguinte.
Os envolvidos foram ouvidos pelo delegado André Ribeiro, e explicaram que o grupo já existia, mas trocaram o nome para fazer uma brincadeira, que estavam arrependidos e pediram desculpa para população.
“A população, ao tomar conhecimento desses tipos de fatos, precisa procurar antes de tudo a polícia. Todas as denúncias estão sendo checadas e monitoradas pela Polícia Civil, através da Delegacia do Adolescente, junto com a Diretoria de Inteligência, com objetivo de evitar atos trágicos”, destacou a delegada titular da DEA, Anaíde Barros, por meio da assessoria.