Foram encontrados, há pouco, os corpos de Genesis Moreira dos Santos, 24 anos, e Marciano Cardoso Mendes, 25 anos, em uma aldeia da tribo indígena Enawenê Nawê, localizada a cerca de 150 quilômetros do centro de Juína. Para retirada dos corpos foi necessária a formação de uma força tarefa com mais de 40 policiais federais, civis, militares e da Força Nacional. A principal suspeita, até o momento, segundo uma fonte policial, é que os jovens tenham sido assassinados pelos indígenas.
Uma amiga das vítimas informou, ao Só Notícias, que os moradores estão revoltados com as duas mortes e fecharam a BR-174 e a MT-170, em protesto. O tráfego foi interditado às 7h e liberado no final da tarde. No momento, segundo ela, cerca de 800 pessoas estão em frente ao Instituto Médico Legal (IML) aguardando a liberação dos corpos e cobrando respostas das autoridades. Novos manifestos estão previstos. “Conversamos com o governador Pedro Taques pedindo auxílio e reforço da Polícia Federal, o que ocorreu somente no final da tarde ontem. Não vamos praticar nenhum ato de vandalismo, mas isso não deve ficar assim. Haverá uma trégua por causa do velório, porém vamos cobrar justiça”, afirmou.
De acordo com a fonte, Genesis e Marciano compravam enxovais na Bolívia e revendiam em Juína. Eles estariam indo para o país vizinho, quando desapareceram, na última quarta-feira (9). A motivação dos crimes ainda é desconhecida. “Até o momento, a hipótese é que tenha ocorrido uma ‘rixa’ comercial, mas a gente não tem certeza. Porém, posso afirmar que não é verídico que eles tenham tentado passar 'a força' por um bloqueio dos indígenas na BR-174. Não sabemos como eles morreram, mas informações repassadas ao advogado dos familiares apontam que foram torturados. Isso ainda deve ser confirmado”, explicou.
Até o momento, não há confirmação da prisão de nenhum suspeito. Não foram confirmados também os horários para os procedimentos fúnebres. Uma caminhonete Ford F-1000 preta e demais pertences dos vendedores continuam desparecidos. O caso segue sob investigação.
Conforme Só Notícias já informou, índios da etnia Enagene-Nawê bloqueiam constantemente trechos da BR-174 próximo ao município e cobram pedágio dos motoristas que passam pelo local. Eles querem que o governo faça a manutenção da estrada que dá acesso a aldeia. A briga se estende desde o ano passado. Vários acordos para liberação da via já foram firmados, porém, nenhum chegou a ser cumprido o que leva os indígenas a retomarem o bloqueio e a cobrança de pedágio.
Em instantes, mais detalhes.
(Fotos: Só Notícias)
