A operação Protheus, deflagrada pela Polícia Federal, esta manhã, cumpriu todos os 19 mandados de buscas e apreensão e 16 de conduções coercitivas em Cuiabá, Rondonópolis, Cotriguaçu e Brasília. Todos que prestaram depoimentos na sede da Superintendência da PF já foram liberados. Apenas uma pessoa foi presa ao ser encontrada com uma arma de fogo em sua residência.
O delegado de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Marco Aurélio Faveri, explicou que investigações que as empreiteiras provocaram um prejuízo de no mínimo R$ 30 milhões dos contratos firmados no valor de R$ 120 milhões.
Dos 16 contratos firmados com prefeituras do interior de Mato Grosso como Tapurah, União do Sul e Nova Guarita (Nortão), Confresa e Jauru referente à obras de saneamento básico, 13 tiveram que ser cancelados e feito um novo certame pelas fraudes identificadas. Estima-se que mais de 100 mil pessoas foram afetadas pela não finalização das obras de saneamento básico.
As fraudes consistem pessoas jurídicas com pessoas interpostas (laranjas) a fim de possibilitar a apresentação de diversas propostas no processo licitatório, com o intuito de simular competição que, na realidade, favorecia apenas as empresas ligadas de um mesmo grupo empresarial, que apresentava preços superfaturados em prejuízo aos cofres públicos de diversas municipalidades mato-grossenses.
O delegado comentou ainda que uma grande empresa está por trás deste esquema (o nome não foi revelado para não prejudicar as investigações) e utiliza de laranjas para participar de licitações com nome de outros proprietários. Em Alguns casos uma determinada empresa entra para perder e permitir que o esquema continue funcionando.
A PF chegou a pedir a prisão preventiva dos envolvidos no esquema que foi negado pelo Tribunal Regional Federal da 1º Região com a alegação que os suspeitos não oferecem riscos as investigações.
A operação teve o apoio da Controladoria-Geral da União.