O empresário Paulo Traven, acusado de integrar uma rede de contrabando de pedras preciosas, se entregou nesta terça-feira à Polícia Federal, em Cuiabá. Ele teve prisão temporária decretada, válida por cinco dias. Ele estava foragido desde o último dia 10, quando foi deflagrada a Operação Carbono. Seu advogado, Irineu Muhl garantiu que Traven não opera ilegalmente. Daí a decisão de se apresentar.
Paulo Cavalcante Traven é dono da S.L Mineradora e Traven & Rodrigues, com sede em Juína. Nessa terça-feira, a força-tarefa encarregada da operação, formada pelo Ministério Público, Polícia Federal e Receita Federal, recebeu a informação de que ele estaria escondido na Bolívia e não pretendia se apresentar.
No ano passado, as duas empresas de Travem venderam, aproximadamente, US$ 1,8 milhão para a empresa African Star, que tem estreitas ligações com Hassan Ahmad. Algumas transações suspeitas de Hassan envolveram as empresas S.L e Traven & Rodrigues. Além de suas atividades no Brasil, Paulo Traven é investigado por evasão de divisas para o exterior, por meio da movimentação de contas bancárias sem conhecimento das autoridades.
Segundo as investigações, com a queda da produtividade nos garimpos de Juína, o grupo passou a comprar diamantes extraídos ilegalmente da reserva dos índios cintas-largas, em Rondônia, e até mesmo da África do Sul, que ganhavam fachada legal a partir de sua empresa.