A operação Rouge foi deflagrada, esta manhã, em Rondonópolis (217 quilômetros de Cuiabá) e está sendo coordenada pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf). Estão em cumprimento 15 ordens de prisões preventivas e 18 de busca e apreensão. Os mandados foram expedidos pela 7ª Vara Criminal de Combate ao Crime Organizado, de Cuiabá. Cerca de 50 policiais civis de diversas unidades participam das ações.
Os 15 alvos são suspeitos de praticarem os crimes de tráfico e associação para o tráfico, além de integrarem a organização criminosa investigada. A Justiça também concedeu as ordens de busca e apreensão domiciliar em 18 endereços ligados ao grupo investigado e o bloqueio de conta bancária utilizada para lavagem de dinheiro.
De acordo com a assessoria, a operação foi deflagrada com o objetivo de reprimir diversos crimes praticados por uma facção criminosa atuante na região, entre eles o tráfico de entorpecentes, associação criminosa, associação para o tráfico e tortura, e coletar provas para robustecer inquéritos instaurados pela delegacia especializada.
As investigações sobre a atuação da facção iniciaram no ano passado e com apoio da Diretoria e Inteligência da Polícia Civil, a equipe da Derf chegou a uma organização criminosa composta por detentos reclusos em unidades prisionais de Mato Grosso, entre elas na penitenciária Major Eldo de Sá (Mata Grande), em Rondonópolis, além de diversas pessoas que estão em liberdade e se aproveitam do poder auferido pela facção para praticarem o crime de tráfico de drogas.
De acordo com informações coletadas nas investigações, a organização criminosa é estruturada e se caracteriza pela divisão de tarefas entre seus integrantes, sendo responsável por significativa parcela de crimes praticados na cidade. O grupo se associou com a intenção de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza mediante a prática de crimes cujas penas são superiores a quatro anos, em especial o tráfico de drogas e associação, entre outros.
As investigações apuraram ainda que o núcleo da organização investigada controlava o tráfico de drogas em Rondonópolis, realizando o tabelamento de preços de drogas como maconha e cocaína e o controle de boa parte dos pontos de venda e comercialização de drogas, conhecidos como ‘bocas de fumo, biqueiras ou lojinhas’.
Líderes da organização criminosa, responsáveis por fazer o recolhimento dos valores destinados ao grupo, também foram identificados como ‘gerentes’ ou ‘disciplinas’ cuja função é fiscalizar, repreender e punir outros membros faccionados e moradores da região sob domínio e que violem as regras da facção criminosa, com a aplicação de punições vulgarmente conhecidas como “salves”.
No final do ano passado, a Polícia Civil deflagrou em Rondonópolis a Operação Redtus contra a mesma organização criminosa, oportunidade em que foram presas preventivamente 66 pessoas e apreendidos veículos, armas de fogo, dinheiro e realizado bloqueio de contas bancárias e fechamento de estabelecimentos comercias utilizados para lavagem de dinheiro.