A Polícia Civil de Sorriso, através da Divisão de Homicídios e Proteção a Pessoas, realizou de janeiro até outubro, 98 representações judiciais nas investigações dos 53 homicídios registrados no município, durante o mesmo período. De acordo com o delegado Eugênio Rudy, boa parte dos casos já tem autoria identificada através das investigações.
“Desde abril desse ano houve elevação. Em abril teve oito homicídios e, de lá pra cá, houve uma crescente. Eu cheguei em julho aqui e teve 12 homicídios e durante as investigações conseguimos verificar que está havendo uma guerra entre duas facções. Desses 53 homicídios, praticamente 90% são decorrentes dessa guerra entre facções. Já temos autoria em 20 homicídios e também temos a certeza de quem em breve 15 homicídios serão esclarecidos em decorrência das investigações”, explicou.
Rudy explica que cada investigação demanda um tempo para fomentar o material de autoria de cada suspeito. “Dentro dessas investigações, de julho para cá fizemos 98 representações judiciais, prisão temporária, prisão preventiva, busca e apreensão domiciliar, quebra de sigilos de dados telefônicos. São cautelares que irão subsidiar as investigações, que é demorada realmente. Algumas são bem rápidas, como essa bem complexa que conseguimos resolver (morte do adestrador de cavalos, Everton Marcelo dos Passos). Outras demandam mais detalhamento para que a gente consiga prova cabalmente a autoria delitiva”, revelou
Segundo os números da Polícia Civil, 46% das mortes são de jovens entre 18 e 25 anos, 21% de 26 a 35 anos, 25% acima dos 35 anos e 8% são jovens. Em 75% dos casos de homicídios foram por arma de fogo. “Existe uma participação grande de adolescentes, sabemos disso. De jovens a partir de 18 anos, isso muito em virtude do grande consumo que há na sociedade. As vezes o jovem carente quer fazer aquisição de celulares, roupas e objetos, ele vê no crime muitas vezes de assim de fazer. A prática do crime levará o jovem a dois caminhos, ou a morte ou a cadeia”, ressaltou.
O delegado também destacou que os integrantes das facções criminosas são ‘substituídos’ com facilidade. “Infelizmente, quando se trata de organização criminosa, você prende um, outro já é colocado no lugar. A uma renovação periódica, mas a polícia está atuante, os números mostram isso. Essa tranquilidade que estamos conseguindo a poucos, não é que acabou o crime, mas estamos firmes e fortes para comprovar autoria”, expôs.
Por fim, Rudy explica que, na maioria dos casos, os cumprimentos são feitos no sigilo, já que pode atrapalhar as investigações com os demais envolvidos. “É combate firmemente os criminosos e isso está sendo feito, tanto pela Polícia Civil quanto pela Polícia Militar. A pegada vai ser essa daqui em diante, tanto que houve uma diminuição substancial no número de homicídios, pois já sentiram o impacto da polícia. Estamos atuantes, muitas vezes cumprimos mandados de prisão e não divulgamos, pois iria atrapalhar a investigação. Muitas vezes cumprimos três ou quatro mandados, mas só cumprimos um porque os outros estão foragidos. Se eu divulgar atrapalha a investigação”, finalizou.