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Delegado finaliza inquérito sobre sequestro de bebê em Cuiabá

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O delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Gianmarco Paccola Capoani, encaminhou à justiça o inquérito policial do sequestro do bebê de pouco mais de 1 mês, ocorrido no dia 30 de maio, em Cuiabá. Nas investigações do sequestro, a suspeita J.S.S., 29 anos, foi indiciada nos crimes de sequestro, falsificação de documento público e furto.

De acordo com o delegado, outros crimes serão apurados em autos complementares, encaminhamos ao Judiciário e Ministério Público para o prosseguimento da persecução penal. Paccola informou que as investigações ainda apuram o destino da criança e a localização da pessoa que teria "encomendado" a criança à presa.

A mulher, que está recolhida na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May desde o dia 31 maio, foi novamente interrogada, nesta semana, e contou ao delegado que se arrependeu e que iria devolver a criança, quando foi presa pela Polícia Militar, no bairro Pedra 90. Ela disse ainda estava sofrendo ameaças de um homem chamado "Carlos" para quem iria entregar a criança em pagamento de R$ 35 mil. Segundo ela, o homem que conheceu há cerca de três meses na região do bairro CPA, em Cuiabá, também estaria ameaçando sua filha de 7 anos, caso não "arrumasse" uma criança para ele.

Durante as buscas ao bebê sequestrado, a Polícia Civil descobriu que a suspeita já teria tentado sequestrar outra criança, uma menina recém-nascida de uma ex-vizinha, de outro bairro onde morou. Foi à mãe dessa criança que reconheceu a imagem da suspeita em um programa de TV e a denunciou no Centro Integrado de Operações de Segurança (CIOSP), logo após o GCCO divulgar as imagens.

Na casa da suspeita, no bairro Pedra 90, o delegado Gianmarco Paccola encontrou várias roupas de bebê do sexo feminino, no quarto de J.S.S., além de uma declaração de nascido vivo em nome de uma menina, e uma certidão de nascimento falsificada em nome da filha da ex-vizinha. "Este documento seria usado durante a viagem da vítima com o menino rumo a Bahia", disse o delegado.

"Apurou-se também que estas roupas (femininas) seriam vestidas por J.S.S. na vítima, a fim de evitar suspeitas, já que as autoridades estariam procurando um bebê de sexo masculino, quando do deslocamento da indiciada de Cuiabá a Porto Seguro, na Bahia", completou.

O recém-nascido foi subtraído na tarde do dia 30 de maio, no bairro Pedra 90, dos após a mãe da criança, a adolescente R.T.I.S, 15 anos, deixar a mulher segurar o filho, que também teria negociado "empréstimo" do bebê por R$ 5 mil, para deixar com a mulher até o dia 1º de junho.

A adolescente contou que foi abordada pela mulher no ponto de ônibus, na praça Maria Taquara, no centro de Cuiabá. Ela disse que saiu do bairro Parque do Lago, em Várzea Grande, para ir até a casa da cunhada no Pedra 90. Ela narrou que uma mulher que disse se chamar "Ana", começou a brincar com o bebê, admirando-o como era gordinho. Segundo a menor, a suspeita disse que estava vindo da casa de uma mulher que lhe havia prometido uma criança e que essa mulher tinha morrido com três facadas e a avó ficado com a criança. A suspeita falou ainda que teria perdido o contato e que estava voltando da casa da tal mulher, mas não disse em que bairro.

Conforme a menor, durante o trajeto do ônibus até o Pedra 90, a mulher disse que precisava de uma criança, por um dia, para apresentar a um homem que estaria chegando de Nova York, nos Estados Unidos, pois ele acreditava que ela estava grávida e ele precisava mostrar a criança. A suspeita ainda teria falado, que "não era todo dia que encontrava um "trouxa" para tirar dinheiro". A suspeita contou que recebia uma pensão mensal de R$ 30 mil e não poderia perder. A mulher também disse que tinha perdido a sua filha de 7 meses. Segundo a adolescente, a mulher insistia para que lhe emprestasse a criança e a todo o momento ligava para alguém, perguntando se o "Paulo" havia telefonado e lamentava que não tinha encontrado a criança.

No inquérito policial, o delegado solicitou envio de cópia à Vara da Infância de Cuiabá, por há indícios da prática de ato infracional previsto no Artigo 238 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que tipifica como crime quem "promete ou efetiva a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa". Com pena de reclusão de 1 a 4 anos e multa.

Os delegados Gianmarco Paccola Capoani e Ivar Polesso, responsáveis pela lavratura do flagrante do sequestro do bebê e o delegado geral da Polícia Civil, Anderson Aparecido dos Anjos Garcia, foram convocados para prestar informações na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Tráfico de Pessoas da Câmara Federal, na terça-feira (11), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, no período da tarde. O pedido da oitiva é do deputado federal do estado do Amazonas, Arnaldo Jordy (MD-MA), que classificou o caso como gravíssimo. A suspeita também será interrogada.

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