A greve dos investigadores e dos escrivães da Polícia Judiciária Civil, iniciada em 1º de julho, está travando as investigações para elucidar 11 crimes (entre tentativas e homicídios) registrados desde o início do movimento. De acordo com o delegado Joacir Batista dos Reis, as investigações apenas seguem nos casos de flagrantes (quando há prisões). Nos demais, depende dos trabalhos dos grevistas para dar continuidade.
Nos últimos dez dias, foram pelo menos três homicídios. No dia 13 (sábado), Bruno Palma de Souza, 15 anos, foi assassinado a tiros na praça das Bandeiras, centro da cidade. Já no dia 17 (quarta-feira), Moises de Souza Lima foi a vítima, após ser perseguido e baleado, no setor industrial. Já no dia 18 (quinta-feira), Fábio Almeida da Rocha, conhecido como Rambinho, foi morto na avenida dos Ingás.
Apesar dos números, o delegado afirma que a paralisação não é o motivador dos crimes. “A greve dificulta a elucidação mas não estimula a realização dos crimes”, apontou. Ele relembra que o cenário é semelhante ao ano anterior. “Em 2010, houve um período que teve três crimes por semana”, ressaltou. Balanços anteriores da Polícia Civil apontam que em todo o ano passado ocorreram 37 homicídios dolosos (quando há intenção de matar). Em 2009, fecharam em 38; enquanto em 2008 somaram 36 e, em 2007, 24 homicídios.
Além dos crimes recentes, outros processos que tramitam na delegacia sinopense (aproximadamente 2 mil), estão parados enquanto as categorias reivindicam a equiparação salarial com a dos servidores com nível superior. Para esta terça-feira, à tarde, está prevista assembleia entre investigadores e escrivães do Estado, que mantém apenas 30% do efetivo trabalhado nas delegacias.