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Ex-marido “é frio”, “não demonstra remorso”e pagaria R$ 4 mil para irmão matar Raquel Cattani, conclui polícia

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Só Notícias/Kelvin Ramirez (atualizada 20h07 - foto: assessoria)

Os delegados de Polícia Civil de Nova Mutum concederam, há pouco, uma coletiva de imprensa para detalhar a investigação que culminou na prisão de Romero Xavier e seu irmão, Rodrigo Xavier, ontem, pelo assassinato de Raquel Cattani, de 26 anos, morta a facadas na semana passada em um sítio no município. O delegado Guilherme Pompeo afirmou que Rodrigo confessou que o irmão pagaria R$ 4 mil para matar sua ex-esposa. “Tanto na entrevista local quanto no interrogatório formal ele afirmou categoricamente que ia receber R$ 4 mil, inclusive já havia antecipado R$ 1,5 mil para compra de um carro e esse foi o pagamento que o irmão dele fez”, explicou.

Segundo Pompeo, desde o dia dos fatos as equipes já vinham monitorando a dupla. “Temos que ressaltar o trabalho que já vinha sido feito desde o cometimento do delito. Todos já estavam monitorando diversas pessoas que estavam ali direta e indiretamente que participava do convívio familiar, seja da vítima ou de eventuais agressores, que no caso o ex-marido. Eles já estavam no radar da Polícia Civil”, explicou.

Segundo o delegado, o ex-cunhado de Raquel passou a tentar despistar os investigadores, o que gerou desconfiança. “O delegado Edmundo há dois, tres dias atrás tentava contato ele, se esquivava, isso será juntado nos autos, porque ele apresentava diversas inconsistências e incongruências com relação ao local que ele se encontrava. O delegado Edmundo falava onde você está? Quero te ouvir, ele dizia que estava morando numa fazenda, então ele tentava enganar autoridade policial com intuito de não participar dessa investigação”, afirmou.

“Diante disso escalamos uma equipe para entrevistá-lo, na ocasião a esposa dele abriu a porta, autorizou nossa entrada e de pronto verificamos um frasco de perfume que estava numa bancada, passamos a entrevistá-lo e perguntar a origem daquele frasco. Como ele estava cheio e ele apresentou grande nervosismo, nós passamos a olhar de uma forma mais convicta. Ele foi convidado a mostrar a sola da bota que é a mesma marca da pegada do televisor. Identificamos outros frascos de perfume, também o cinto dela e objetos que pertenciam à vítima. Diante disso demos voz de prisão”, acrescentou.

O delegado cita também que Rodrigo dispensou a motocicleta após o crime, o que descarta a hipótese de latrocínio. “É uma dinâmica a ser confirmada, conforme ele diz ele faz esse trajeto Marape, São José, Nova Mutum e Lucas, ainda vamos confirmar a chegada dele na casa, é o que ele apontou. Chega na casa, dorme com essa moto naquela noite e no outro dia ele dispensa ela no rio. O que sugere ainda mais que não foi um crime patrimonial, foi um crime a mando do próprio irmão que teve o objetivo de matar a ex-esposa usando do irmão”, afirmou.

Segundo a Polícia Civil, Raquel já havia comunicado duas amigas que ela vinha sendo ameaçada pelo ex-companheiro, porém, não contou aos seus pais. “A Raquel era reservada, mas já vinha aberto, infelizmente ela não avisou os próprios pais, mas ela abriu e falou muita coisa para duas amigas que confirmam que ele estava ameaçando ela nos últimos dias”, disse Guilherme Pompeo.

O delegado Edmundo Félix ressaltou também a personalidade de Romero Xavier que desde o local de crime se mostrou ‘frio’. Isso foi uma coisa que nos surpreendeu, no local do crime entrevistamos e ele mostrou uma personalidade fria e calculista, nessas situações do velório verificamos que ele ainda mantém essa personalidade, mantém essa conduta de uma pessoa estrategista. Após a prisão (Romero) ele não demonstra remorso, estrategista, frio sempre se mantém na posição de uma pessoa calculista e não demonstra compaixão com o que fez com a vítima”.

O delegado também falou sobre o momento que a investigação muda e passa a suspeitar do ex-marido, descartando a hipótese de crime patrimonial. “Diante da dinâmica do local o que nos apresentou foi um possível latrocínio dada as circunstâncias, todavia, em seguida, diligenciamos ao local e entrevistamos mais de 100 pessoas. Nenhuma linha de investigação seguia naquela linha de crime patrimonial. Diante dessa existência conseguimos apurar que o suspeito teria conhecimento da vítima, da rotina, diante disso esse foi o momento em que deu a guinada na investigação para que voltassem os olhos a esse suspeito Romero, que tinha o conhecimento da vítima”.

Félix ressalta que agora a Polícia Civil segue a investigação para conclusão do inquérito policial. “Existe o prazo legal, contando com a situação do réu preso, existem os 10 dias de prisão para concluir o inquérito. A investigação andou bem, mas precisa de algumas outras análises de inteligência para corroborar com toda essa ação que levantamentos e fizemos, vamos observar o prazo legal para que seja respeitada a lei”.

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