O delegado Breno Houly, da Polícia Civil de Colíder, detalhou sobre o crime brutal da morte de D.H.P, de 5 anos, encontrado morto ontem, em uma mata, na MT-320, próximo a uma pista de motocross. O autor do crime, de 32 anos, é ex-padrasto da criança e foi identificado pela polícia através checagens de câmeras de segurança, que flagraram pegando a criança em frente à residência, na última sexta-feira.
De acordo com Breno, o acusado teria tentado despistar a polícia inicialmente ao tentar ajudar nas buscas, além de após ser identificado mentir sobre a localização do corpo. “O autor desse crime bárbaro era uma pessoa que estava dissimulando, ajudando nas buscas. Ele sabia que a criança estava morta e ficava ajudando. No primeiro momento a mãe da vítima negava acreditar que ele poderia ser um suspeito, quando eu indaguei se tinha alguma inimizade ou rixa. Ela disse que não, e que ele era bom companheiro, as crianças tinham confiança nele, e realmente tinham”, detalhou, em entrevista coletiva.
“Conseguimos construir parte do trajeto, quando o rapaz sai, pega a criança e vai sentido a MT e entra na rodovia. Quando ele é confrontado com as imagens confessa o crime, fala que matou a criança, mas dá o ponto errado, na comunidade Zé Reis, na ponte e diz que iria mostrar os peixes, onde sufoca a criança e amarra em uma corda que ele diz ter encontrado na mata, onde amarra a pedra, entraria na água e jogaria a criança”, contou o delegado, revelando a versão inicial do acusado.
O delegado explica que o criminoso não apresentou arrependimento do crime. “Esse foi a confissão dele, com frieza e zero remorso quanto ao crime bárbaro. Com base nisso fomos buscar o corpo no rio, junto aos bombeiros, com mergulhos e barcos. Começamos oito horas da manhã e paramos oito horas da noite. Após câmeras da concessionária a gente consegue ver que ele não passa daquele caminho, então vimos que ele estava mentindo. A investigação foi em outro lugar e conseguiu confirmar onde foi encontrado o corpo”.
Sobre a motivação, Breno acredita que teria sido por vingança. “Ele a princípio fala que deu um ‘branco’, a princípio conseguimos ver algumas informações que na verdade se trata de uma vingança, aparentemente porque o pai da criança tem um vínculo com a mãe, e ele queria que ela fosse para o Pernambuco com ele, mas com os filhos não conseguiria romper esse vínculo aqui. Ele acreditaria que com o filho falecendo ela ficaria frágil e iria segui-lo”, aponta o delegado.
A investigação da Polícia Civil apurou que o criminoso teria comprado uma passagem, com intenção de “ir embora, só de ida para Pernambuco, no dia 28 de fevereiro. Foi encontrado também próximo ao corpo uma carta que ele fazia algumas ameaças e justificando o porquê do crime. Se ele comprou passagem só de ida dois, três dias antes do homicídio é porque ele já pensava em cometer o crime e ir embora”.
O delegado também ressaltou o empenho das equipes desde as primeiras informações na coleta de provas. “A polícia agiu rápido, ao contrário do que muitos pensam, ficamos sabendo informalmente sábado na sexta-feira à noite, mas a família procurou a gente no sábado pela manhã, quando os próprios investigadores se dirigiram para investigação na casa da família. Não é só prender ele, tem que justificar, fazer relatório, mostrar a câmera e o juiz, Ministério Público e defesa tem que ter acesso a tudo isso. Não é só chegar e falar, você é o culpado e minha palavra vale. Tem que provar, pois em 24 horas o juiz solta ele”.
Por fim, Breno diz que aguarda a perícia para constatar a causa da morte. “Estava um pouco em estágio avançado de decomposição, eu não consegui verificar se teve algum hematoma ou espancamento. Ele continua afirmando que foi por asfixia.
A juíza Giselda Regina Sobreira de Oliveira manteve a prisão do acusado, que foi transferido ao presídio Ferrugem em Sinop.
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