O delegado regional do combate ao crime organizado da Polícia Federal, Jorge Vinícius Gobira Nunes, detalhou a operação Autoimune, deflagrada, esta manhã, para desarticular esquema clandestino de importação e comercialização de medicamentos falsificados e de origem estrangeira. Um mandado de prisão preventiva foi cumprido em Cuiabá e outro mandado de busca e apreensão foi em Campo Verde.
“Verificou-se ao longo da investigação que existiam quatro principais núcleos. O núcleo de fornecedores, que inicialmente se constituiu com estudantes de medicina do Brasil, residentes do Paraguai e que contactavam farmácias e outros distribuidores no país vizinho para que vendessem medicamentos que eram trazidos até Campo Grande e Cuiabá, pelo núcleo dos transportadores e também havia o núcleo dos intermediadores que promoviam o comércio varejista desses medicamentos em todo o território nacional”, explicou.
“Havia ainda o núcleo dos compradores, que eram pessoas que compravam em larga escala para posterior pulverização desses medicamentos para hospitais e instituições de saúde. Ao longo da investigação, se descobriu que estes medicamentos chegaram em pelo menos 65 municípios, para mais de 100 instituições de saúde, em 16 Estados diferentes da federação”, concluiu.
O mercado paralelo de medicamentos estrangeiros contava com a participação de diversas empresas de fachada, em 65 municípios do país localizados em 16 Estados e no Distrito Federal, movimentando, em 10 meses, cerca de R$ 4 milhões.
Foram expedidos 32 mandados de buscas e apreensões no Mato Grosso do Sul (Campo Grande, Ponta Porã), Goiás (Goiani, Abadia de Goiás), São Paulo (Marília, Fernandópolis, Ocauçu), Rio de Janeiro (Angra dos Reis) e Espírito Santo (Vila Velha). As investigações iniciaram com apreensão no Aeroporto Internacional de Campo Grande (MS) de várias caixas de medicamento de origem argentina contendo o princípio ativo “neostigmina” desacompanhadas de documentação que comprovassem sua entrada regular no território nacional.
A operação teve apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e as Vigilâncias Sanitárias do município de Cuiabá e dos Estados de Goiás, São Paulo e Espírito Santo.