O delegado Richard Damasceno Lage, solto no sábado, após ficar 95 dias preso em uma cela especial da Polinter, em Cuiabá, concedeu uma entrevista coletiva agora há pouco, em Sinop, e reafirmou sua inocência, alegando que teve o nome usado pela organização criminosa. Ligações telefônicas de pessoas do grupo de João Arcanjo Ribeiro citam o nome do delegado em um possível recebimento de suborno. “Vamos responder a esse processo aqui em Sinop. Sou inocente e vamos conseguir a absolvição dessas acusações”, ressaltou.
Lage, que foi afastado por 120 dias das atribuições de delegado pela Corregedoria de Polícia Civil, também destacou que “todas as ações que fizemos aqui em Sinop, foram documentadas, atendendo ordem superior”, se referindo à operação realizada em Cláudia, para desmontar a ação de um grupo que atuava com o jogo do bicho, e citada na denúncia com possíveis irregularidades.
Richard disse que, após o processo, pretende continuar trabalhando como delegado, mas acha difícil retornar a Sinop. “Enquanto estiver respondendo processo aqui, acho difícil nossa volta. É uma situação complicada”, afirmou.
Além de Lage, a delegada de Claudia, Helena Yloise, teve a prisão revogada na última sexta-feira, pelo juiz Jacob Sauer, de Sinop, que assumiu o processo que tramita na comarca de Claudia.
Outro lado
O Ministério Público de Sinop e Claudia informou que deve entrar com recursos para anular a revogação da prisão de Richard e também da delegada de Claudia, Helena Yloise, que também deixou a prisão no sábado.
O promotor Marcos Bulhões lembrou que Richard responde duas ações distintas, em Sinop e Claudia, que tratam de casos diferentes. “A defesa alegou que o Ministério Público fez a mesma denúncia, mas são denúncias distintas”, justificou.
(Atualizada às 11h44)