O delegado Marcelo Jardim, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), instaurou inquérito para apurar as circunstâncias do assassinato do detento e suposto terrorista Valdir Pereira da Rocha, 36 anos. Ele foi espancado na cadeia do Capão Grande, em Várzea Grande, por volta do meio dia da última sexta-feira (14), morreu no sábado (15) e foi sepultado ontem por familiares, em Vila Bela da Santíssima Trindade, onde morava.
As investigações, a princípio, seguem duas vertentes. Uma delas é a de que Valdir chegou ao Capão, na quinta-feira (13), com postura de arrogância e a marca de ser um terrorista. Dezenas de presos teriam se articulado para espancá-lo, por raiva ou medo. Outra vertente é a da mãe adotiva do suposto terrorista, a advogada criminalista Zaine El Kadre. Ela afirma que a morte do filho adotivo foi encomendada e que ele já veio transferido da Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), onde estava detido desde a operação “Hashtag”, para ser eliminado aqui. Zaine é mãe biológica de Leonid El Kadre, 34 anos, que também foi preso na mesma operação, apontado como líder do grupo que tramava atentados via internet. Kadre continua preso em Campo Grande.
O delegado Marcelo Jardim comenta apenas que não descarta, por enquanto, nenhuma hipótese, que já ouviu “muita coisa”, mas nada que tenha concretude ainda. Comenta que, na sua opinião, é remota a hipótese da mãe, porém, ela também será apurada. Ressalta que ouviu “essa história de que deixaram o cadeado da cela aberto” como forma de facilitar a execução, mas ainda não se certificou se isso procede. “Tudo está sendo apurado e qualquer informação diferente dessa é mera especulação”.
A repercussão do caso se deve ao suposto envolvimento de Valdir com um grupo terrorista simpático ao Estado Islâmico e que tinha intenções de cometer atentados durante as Olimpíadas no Rio, em agosto.