A delegada Renata Evangelista, da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso de Sinop, declarou que a principal linha de investigação do feminicídio envolvendo Marlene Aparecida dos Reis, de 42 anos, foi por ciúmes do suspeito, Sérgio Ricardo da Silva, de 37 anos. Ela foi encontrada morta, na última quinta-feira, às margens da estrada Rosa, entre Sinop e Vera. O motorista, acompanhado de uma advogada, se entregou ontem. A justiça havia determinado sua prisão.
“Tem relatos de parentes dizendo que ela já vinha tentando se desvencilhar dele há algum tempo e ele não aceitava o fim da relação. É aquela velha máxima de ‘não é minha, não vai ser de ninguém’. Muita gente confunde e até acha bonito quando o homem sente ciúmes. A, ele sente ciúmes de mim, não me deixa sair e por aí vai. E há relatos de que ele estava prendendo-a desde que ela fez uma cirurgia plástica, onde o ciúme dele aumentou”, detalhou.
A delegada também afirmou que está sendo apurada a dinâmica do crime, já que o suspeito permaneceu em silêncio. “Nós não conseguimos saber a dinâmica se ele matou ela lá (onde o corpo foi encontrado), a informação é que temos, por hora, é que ela foi morta por asfixia, mas havia um projétil de arma de fogo na cena do crime, mas não sabemos a dinâmica, com certeza ele asfixiou antes e depois houve disparo”, revelou.
De acordo com a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), foi possível apontar preliminarmente que a causa da morte de Marlene seria asfixia. Também foi identificado o ferimento por arma de fogo na região da cabeça, mas que não seria a causa da morte, já que o projétil não perfurou o crânio. Ainda é aguardado os resultados dos exames periciais.
Por fim, a delegada fez um apelo para mulheres vítimas de violência em Sinop e região procurarem a polícia, além de parentes que identificarem alguma atitude suspeita acionaram a equipe especializada de atendimento da Polícia Civil. “A gente faz um apelo, tão logo a família entenda que a situação pode se desdobrar pra esse tipo de caso que é o feminicídio, reportem à delegacia de Polícia Civil porque ele enviou áudios para o sobrinho, conversou com a comadre que estava com medo de ‘fazer merda’. Então, tão logo que a família entenda que os fatos possam acarretar a esse tipo de situação, que reportem à delegacia e as vítimas também. Às mulheres que se encontrem em situação de violência doméstica, pedimos que não vá ao encontro do suspeito sozinha ou acompanhada, tente manter o máximo de distância possível e reporte à polícia para que a gente possa intervir e que não chegue até este tipo de desdobramento”, finalizou.
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