O juiz Marcus Faleiros, da Vara Militar de Cuiabá, decretou as prisões preventivas dos policiais militares acusados de envolvimento na morte do 2º tenente Carlos Henrique Paschiotto Scheifer, em maio de 2017. A vítima foi atingida por um tiro, durante uma operação contra assaltantes de banco, em Matupá (207 quilômetros de Sinop). Os suspeitos são réus por homicídio triplamente qualificado.
“Os fatos narrados são extremamente graves e não há quaisquer dúvidas de que contrariam todos os preceitos éticos, pundonor militar, bem como dos princípios basilares da Polícia Militar, quais sejam, a hierarquia e disciplina, já que há fortes indícios de que executaram seu próprio oficial superior hierárquico durante instrução militar, fato gravíssimo que merece a decretação da prisão preventiva”, afirmou Faleiros.
Segundo o magistrado, as prisões são necessárias para garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal, pela periculosidade dos indiciados, para segurança da aplicação da lei penal militar e pela exigência da manutenção das normas ou princípios de hierarquia e disciplina militares.
Conforme decisão anterior, a primeira sessão de julgamento foi marcada para o dia 3 de abril, data em que o Conselho de Sentença será formado. A motivação do crime, segundo o MPE, foi evitar que a vítima adotasse medidas contra os denunciados que pudessem resultar em responsabilização e, até mesmo eventual perda da farda, por desvio de conduta em uma operação que culminou na morte de um dos suspeitos de roubo na modalidade “novo cangaço”.
Consta na denúncia que Scheifer foi atingido por um disparo frontal efetuado pelo próprio colega de farda na região abdominal em um local que havia sido, no dia anterior, palco de confronto entre policiais e suspeitos de roubo.
Em nota, a defesa afirmou que um dos suspeitos está “viajando com a família” e irá se apresentar “em hora oportuna”. Os advogados, no entanto, ressaltaram que o réu irá provar que é inocente.