Após audiência de custódia, hoje, os presos acusados de tráfico e porte de arma de fogo foram colocados em liberdade e o juiz determinou que os policiais militares que fizeram a prisão sejam investigados por crime de tortura. A prisão em flagrante de dois homens ocorreu no dia 27 de agosto, no bairro Jardim Umuarama 2, em Cuiabá, realizada por policiais militares do 3º Batalhão. Ambos foram presos e acusados de porte ilegal de arma de fogo e tráfico de entorpecentes.
Em despacho, o magistrado Jorge Alexandre Martins Ferreira salienta que “a prisão em flagrante está ilegal diante da ausência elementos razoáveis da autoria e materialidade delitiva pelos crimes de tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo, já que no momento em que avistaram a viatura policial, o autuado estava em sua motocicleta na frente da residência”.
Destaca que nada foi encontrado na posse de um dos suspeitos e a suposta corrupção teria partido do segundo, na casa de quem teriam sido localizadas três porções de maconha pesando 45,76 gramas e armas de fogo.
Em razão dos relatos de tortura que ambos fizeram na audiência, no dia 28 de agosto, e das lesões que apresentavam no corpo ambos foram colocados em liberdade.
O magistrado requisitou ainda a instauração de inquérito policial por eventual prática de tortura, bem como procedimento junto à Corregedoria da Polícia Militar. Determinou que o comandante geral da Polícia Militar para que, por cautela, afastem os três policiais das rondas ostensivas ou quaisquer outros serviços na região do bairro Jardim Umuarama II, onde um dos suspeitos reside.