O policial militar Claudemir de Souza Sales não é o pai da criança que a corretora de imóveis Ana Cristina Wommer, 24, estava esperando. O resultado é baseado em um exame de DNA, feito a pedido do delegado responsável pelo caso, Márcio Pieroni.
O PM, que era vinculado à Rotam, grupo de elite da corporação, é o principal suspeito da morte de Ana, que estava grávida de oito meses e foi encontrada morta no dia 24 de agosto, próxima à BR-364, nas proximidades da Serra de São Vicente. O militar tinha uma relação extraconjugal com a vítima.
À época, o laudo do Instituto Médico Legal constatou que a morte da corretora foi por asfixia com sufocamento, que resultou em hemorragia. Ana entrou em trabalho de parto quando estava sendo assassinada. O laudo de necropsia apontou que a criança passou com vida pelo canal de parto, mas morreu por falta de ar.
Mesmo com o resultado negativo da paternidade, as investigações continuam e a previsão de conclusão do inquérito é para o fim desta semana.
Ainda faltam dois laudos: o dos fios de cabelo encontrados no porta-malas do carro que teria levado Ana até o local em que foi encontrada, e do sangue encontrado no próprio veículo.
Em depoimento na DHPP, Claudemir disse que Ana Cristina o pressionava para assumir o filho, tendo, inclusive, sido procurado no batalhão em que estava lotado, algumas vezes. Além disso, o PM afirmou que, no dia do crime, os dois se encontraram: ele teria comprado remédios para ela e, depois, ambos teriam voltado para suas casas. O carro foi vendido nesse mesmo dia.
O militar, atualmente, está o Presídio Militar, em Santo Antônio do Leverger (30 km ao Sul da Capital). O empresário Davi Nascimento, que concorreu ao cargo de deputado federal nestas eleições, foi indiciado como co-autor do crime.
Entenda o caso
O policial militar Claudemir de Souza Salles, há seis anos na corporação, estava atualmente na Rotam e, de acordo com declarações do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Lino Farias, ele era considerado “íntegro e sem antecedentes”.
Acusado de ser o principal suspeito da morte da corretora Ana Cristina Wommer, o militar logo foi preso administrativamente e, depois, encaminhado para a Presídio em Santo Antônio do Leverger.
Entre outras declarações, Claudemir revelou que, dois dias antes do assassinato, agrediu Ana na barriga e nos braços, na sede da Rotam, na frente de companheiros de trabalho.
Uma testemunha, amiga da corretora, chegou a dizer que Claudemir prometeu a Ana que iria se casar com ela e que, com o dinheiro da comissão de vendas de uma casa, faria o chá de panela.
Porém, tudo teria mudado quando, em um encontro, Ana teria acusado Claudemir de apertar sua barriga com violência, deixando-a dolorida no dia seguinte.
A corretora afirmou que não iria mais morar com ele quando a criança nascesse. Ainda assim, Ana foi ao encontro, quando foi asfixiada, o que provocou a antecipação do parto e a morte por hemorragia.