A Polícia Judiciária Civil deflagrou, esta manhã, operação para combater desvio de recursos em projetos sociais da prefeitura de Cuiabá, fraudes que ocorreram durante a gestão Mauro Mendes (DEM) e supostamente ainda ocorrem na gestão Emanuel Pinheiro (MDB). De acordo com a delegacia Fazendária, as fraudes ocorriam entre 2014 e 2017. Estão sendo cumpridos 5 mandatos de buscas e apreensões na casa de funcionárias da secretaria Municipal de Assistência e um deles na própria secretaria.
Um dos projetos investigados é o Siminina, da Secretaria Municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Humano, estabelecido para oferecer diversas atividades educativas, esportivas, recreativas e culturais, como aulas de dança, teatro, cidadania e reforço escolar.
O projeto “Sonho de Menina” tinha o objetivo de atender crianças de 6 a 15 anos e custou R$ 302,7 mil aos cofres públicos da capital. Um dos contratos investigados, na operação Ippon, da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários (Defaz), é entre a secretaria de Assistência Social e o Instituto Mato-grossense de Artes, Cultura e Desporto (IMACD). O instituto é investigado por supostamente criar projetos que em tese beneficiariam crianças e adolescentes, mas a suspeita é que teriam sido usados recursos para atender interesses pessoais, mediante a utilização de notas fiscais fraudulentas para justificação de verbas públicas.
A denúncia aponta que uma das empresas que tinha contratos com a secretaria de Assistência Social era de fachada, e tinha como sede o ginásio Dom Aquino, em Cuiabá. Ainda não foram divulgados mais detalhes de como as irregularidades ocorriam nem mencionado montante financeiro.
A Gazeta apurou que a policial militar Eliza Emiko Fujisawa comunicou, em boletim de ocorrência, em janeiro de 2017, as supostas fraudes encabeçadas pela ex-servidora da prefeitura de Cuiabá, Nulce Maria Sebastiana, na secretaria de Assistência Social e Desenvolvimento Humano. Posteriormente, na Delegacia Especializada em Crimes Fazendários, Eliza relatou que conheceu Nulce no final de 2015. A suspeita logo comunicou que precisa mudar a diretoria do Instituto Mato-grossense de Artes, Cultura e Desporto (IMACD), pois pretendia requerer o título de utilidade pública para que pudesse firmar convênios. Foi solicitado que Emiko e o seu então companheiro, identificado como Rafael Catarino, fizessem parte da ata de membros do instituto, com o intuito de criar uma sede. A policial militar concordou, levando em conta o suposto serviço de assistência que prestaria.
Após termino de relacionamento com Rafael, Emiko foi comunicada por Nulce sobre uma dívida de aproximadamente R$ 90 mil feita por seu ex-companheiro. A ex-servidora chegou a reter um carro que estava sendo utilizado pela policial militar, dizendo que serviria para quitar o montante. Ao pesquisar sobre a fonte de dos R$ 90 mil emprestados por Nulce a Rafael, Emiko descobriu que o valor seria de convênios firmados na Secretaria Municipal de Assistência Social.
Em instantes mais detalhes