A Delegacia Especializada de Combate à Corrupção, em conjunto com o Ministério Público do Estado, por meio do GAECO, deflagraram, há pouco, a segunda fase da Operação Overpriced, que identificou diversas irregularidades em procedimentos licitatórios envolvendo ao menos três empresas que forneceram medicamentos para secretaria de Saúde de Cuiabá, com dispensa de licitação, durante o período da pandemia da Covid.
A juíza da 7ª Vara Criminal da capital, Ana Cristina Silva Mendes, determinou o bloqueio de valores no valor de R$ 2,1 milhões. Foram detectadas irregularidades procedimentais com direcionamento para favorecer as empresas contratadas. Além disso, verificou-se que houve uma coordenação de aquisições baseadas na superestimação de consumo de medicamentos, muito além da necessidade de consumo em 180 dias, com o possível vencimento dos medicamentos. A magistrada determinou que os quatro servidores investigados à época dos fatos, possivelmente envolvidos com a organização criminosa, cumpram medidas cautelares, entre elas a proibição de acesso à secretaria municipal de Saúde Cuiabá e proibição de contato entre investigados e servidores dos quadros do órgão de saúde da capital.
Além de compras em excesso, os investigadores verificaram o sobrepreço de medicamentos e a compra de fármacos por meio de dispensa, sob a justificativa de enfrentamento à Covid, que, no entanto, não são utilizados para o tratamento relacionado ao coronavírus.
A primeira fase da operação, em outubro do ano passado, e com base nas novas provas coletadas e em auditorias do ministério da Saúde, por meio da seção de auditoria de Mato Grosso
Com a deflagração desta fase da operação, a Deccor procederá com o interrogatório dos suspeitos que ainda não foram ouvidos para finalizar e enviar o inquérito policial ao judiciário, uma vez que todas as provas técnicas já foram produzidas em conjunto com o ministério da Saúde.