Exame de DNA confirmou que a mulher 32 anos, ouvida na Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), no dia 5 deste mês, é a verdadeira mãe do bebê abandonado no dia 1º deste mês, na avenida Coronel Escolástico, na capital. A delegada Liliane Murata recebeu, ontem à tarde, o resultado do exame que confirmou a mulher como a mãe da criança recém-nascida abandonada. O exame foi realizado no laboratório da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), em Cuiabá.
De acordo com a delegada, a mulher, que já vem sendo acompanhada por médicos, passará por exames psiquiátricos, no inicio de fevereiro, que irão avaliar o estado psicológico dela, se ela sofreu algum tipo de transtorno mental (depressão pós-parto), que "justificasse" a conduta de ter abandonado a própria filha.
Os exames serão realizados por médicos legistas do Instituto de Medicina Legal (IML). Com o laudo do exame, o inquérito policial aberto para apurar crime de abandono de incapaz será encaminhado ao Ministério Público, titular da ação penal pública, que vai analisar eventual responsabilização criminal. Compete também a Justiça, definir o destino da criança.
Conforme a delegada, várias providências no caso já foram tomadas, como oitivas do pai, de testemunhas e da própria mãe. Também requisitados exames periciais. Em depoimento, a mulher confirmou que deu à luz a criança e depois a abandonou na rua. Ela contou que tomou conhecimento que estava grávida durante exames para realização de uma cirurgia de laqueadura.
A mulher disse ainda que como já tinha quatro filhos, o marido não queria que ela engravidasse novamente. Por isso, escondeu da família e do marido a gravidez. Conforme Rosângela, a família pensava que a barriga que aparentava era em decorrência do peso acima do normal.
A mãe também não fez nenhum acompanhamento pré-natal e o única ultrassonografia foi realizada no dia 30 de dezembro de 2011, quando constatou que o bebê já estava de 40 semanas. Então, resolveu ficar sozinha em casa na virada do ano e não acompanhar o marido que foi para casa de familiares.
Ainda no depoimento, ela revelou que teve a filha sozinha em casa na manhã do dia 1º de janeiro. Depois de dar à luz, limpou a criança e a enrolou em uma manta de seu filho menor. Em seguida colocou em um saco o bebê. A mulher disse que ficou muito confusa após o nascimento da criança e não sabia o que fazer.
Segundo Ronsângela, saiu andando com ela pelas ruas do bairro, pegou um ônibus e acabou por deixar a filha na avenida Coronel Escolástico, não sabendo depois o que aconteceu e só vindo a recuperar a consciência ao acordar já internada em um hospital particular, no dia seguinte.
No depoimento dado a delegada Alexandra Fachone, a mulher se mostrou muito abalada, chorou muito e disse estar arrependida.