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Cuiabá: delegado quer estrutura para apurar tentativa de assalto a carro forte com 4 mortes

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A tentativa frustada de assalto a um carro forte da transportadora de valores Prosegur, ocorrida ontem à tarde, em Cuiabá, foi considerada quase um cenário de execução pelo delegado responsável pelo caso, João Bosco de Barros. “Eles não anunciaram o assalto, eles chegaram atirando. Foi quase uma execução, realmente uma ação que parecia de meliante acostumado com esse tipo de operação”, destacou o delegado em entrevista para a TV Gazeta.

De acordo com Bosco, um dos envolvidos tem antecedentes criminais, já a participação de outro, foi considerada inacreditável até mesmo pelos familiares. “O outro, por exemplo o Tiago, a própria família não acredita, chegaram a questionar, até a questão do exame resíduográfico”, destacou. Tiago Henrique da Silva tinha 24 anos e morreu durante a troca de tiros com os seguranças.

A falta de estrutura é uma das principais reclamações do delegado e que influenciou, ainda, no caso de ontem. A assessoria da Polícia Civil informou que as investigações para apurar se há mais envolvidos no caso foram iniciadas, no entanto, o delegado afirma que sem os investigadores, que permanecem em greve, não há investigação. “Tanto os policiais quanto o governador usem o bom senso para que a polícia volte a trabalhar, temos milhares de inquéritos parados, situação insustentável e você vê que começa a gerar a sensação de impunidade e não tem como tampar o sol com a peneira. O delegado sozinho não vai conseguir [resolver]. Eu sou Deus para estar em vários lugares ao mesmo tempo? Não sou”, desabafou.

Segundo ele, esta foi a situação de ontem. “Tínhamos um morto na entrada, tinha outro lá dentro [da galeria] e outro na outra quadra. Como que eu, o doutor Veiga e mais dois policiais podíamos, não tem, se não fosse a Polícia Militar não chegávamos a nada”, enfatizou.

João Bosco foi transferido de Chapada dos Guimarães para Cuiabá onde comandaria a delegacia especializada de roubos e furtos, que deve ser reativada. No entanto, ele afirmou que pode dispensar o convite caso não haja uma melhor estrutura para atender os casos. “Acredito que se realmente for reativar e se realmente for funcionar, eu terei as exigências do mínimo que preciso para poder trabalhar, se eu for atendido dentro é que a minha expectativa, com certeza sou um soldado e vou cumprir a determinação. Agora não vou assumir se não tiver o mínimo de condições de desenvolver meu trabalho. Vou agradecer o convite e declinar”, destacou.

Conforme Só Notícias informou, os bandidos teriam agido quando os seguranças se preparavam para levar malote com dinheiro para abastecer caixa eletrônico. Houve troca de tiros. Tiago, Luis Fernando Almeida Silva, 21 anos, e o segurança Paulo Perpetuo Correa, 27 anos, morreram no local. Já o outro segurança Valdonil Nogueira de Matos, 31 anos, foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros com vida e encaminhado até o Pronto Socorro da capital, mas não resistiu nesta madrugada.

Veja imagens do tiroteio registradas pelo circuito interno da galeria, quando um dos ladrões entra, se aproxima do caixa eletrônico e já atira no segurança, que reage. O assaltante tenta sair do local mas cai e morre.


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