Três pessoas foram ouvidas no caso da morte do médico Afrânio Maia de Almeida, 33, e da filha dele Maria Clara Ferras Maia, 6. O irmão do médico, o dentista Roberto Maia de Almeida, confirmou que as 2 armas encontradas na cena do crime pertenciam à família de Afrânio, sendo uma pistola e um revólver. O revólver foi usado pelo médico para fazer os disparos que feriram a ex-mulher Liciane Conceição Oliveira Ferraz Ferrassoni, 28, e mataram Maria Clara. A pistola estava dentro da pasta dele.
Roberto foi ouvido pelo delegado Antônio Esperandio, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ao deixar a delegacia, Roberto disse que a família vai aguardar o final das investigações para se pronunciar.
O delegado espera encerrar os depoimentos de testemunhas ainda esta semana, aguardando os laudos periciais e de necropsia para concluir o inquérito em um prazo de no máximo 30 dias. O delegado preferiu não antecipar o teor dos depoimentos, afirmando apenas que o irmão do médico confirmou que o casal mantinha um relacionamento que alternava entre idas e vindas. Outra informação é de que o médico usou o próprio veículo para ir até o condomínio Vilas Boas, onde ocorreu o crime. O veículo ficou estacionado diante do residencial e ele passou a pé pela portaria e foi até a casa 49 onde estava a ex-mulher, o namorado dela Wilker Patrick Fernandes de Melo, 23, e a menina.
A hipótese mais provável é do homicídio seguido de suicídio, já que acompanhou de perto o trabalho da perícia. Foi por este acompanhamento que ele e peritos concluíram que a menina não foi morta na cama, onde o corpo dela foi colocado. Maria Clara foi atingida por um tiro na testa, que atravessou a cabeça. No colchão não havia sinal do disparo.
No período da tarde, o estudante de direito Wilker Patrick foi ouvido pelo delegado Antônio Esperandio e disse que estava no quarto com Liciane quando viu o médico entrar na casa. Ele chamou a namorada que saiu do cômodo para conversar com o ex-marido.
Como viu Afrânio tirar uma arma de dentro da pasta, preferiu não sair do ambiente. No local, ele escutou 3 tiros e começou a gritar, pedindo ajuda para os vizinhos. Ao sair pelo corredor, os corpos e a namorada ferida.
O advogado dele, Rafael Krueger, afirma que não houve dados novos e que o cliente apenas confirmou as informações que já foram prestadas. Krueger relata que o estudante viu Liciane no Pronto-Socorro após o crime e desde então mantém contato telefônico.
Eles começaram o relacionamento há 1 mês e meio e o rapaz já foi vítima de ameaças por parte de Afrânio, mas nenhum dos episódios foi registrado na Polícia.
O casal estudava na mesma sala da universidade, mas o advogado garante que começaram o relacionamento depois que Liciane declarou estar separada.
O porteiro do condomínio, onde mora as vítimas, também foi ouvido na tarde de ontem. O delegado conta que o profissional confirmou que o médico não tinha restrições para entrar ou sair do local.