O pastor Pedro Campos da Rosa, de 34 anos, é acusado de estar abusando sexualmente de sua sobrinha de 06 anos de idade, e da filha de 08 anos. A denúncia foi feita pelo Conselho Tutelar de Sinop. Segundo a presidente do Conselho, Chirlei Weber, a filha do acusado comentou com coleguinhas na escola, que contaram para os pais, os quais fizeram a denúncia. “No dia 20 de fevereiro já tínhamos recebido uma denúncia desse fato. Conversamos com a menina e ela me disse que não havia acontecido nada. O pai chegou a ameaçar processar o pessoal que estava denunciando”, relatou Chirlei. “Agora, quando eu conversei com a menina, ela abaixou o rosto e disse ‘tia eu estou com vergonha de você porque eu menti na ocasião, eu menti porque minha mãe estava grávida e porque meu pai me disse que seu eu contasse algo para você, ele abandonaria a casa, minha mãe e meus irmãos. E ele prometeu nunca mais fazer isso comigo. Mas como ele voltou a fazer eu vou te contar’. E aí ela passou a contar com detalhes, e eu não tinha conhecimento de uma segunda vítima, que ela me disse que tinha uma prima dela que ia na casa passear, e que quando essa menina ia passear na casa dela, o pai pedia para que ela ficasse do lado de fora da casa, chamava a menina para dentro do quarto oferecendo doces, e praticava os mesmos atos com a sua prima”, relata a presidente do conselho.
“A filha dele declarou por quatro vezes que o pai a levava para dar banho e lá mesmo no banheiro pratica sexo oral com ela, em seguida levava ela para o quarto, despia a menina e aí ele cometia o abuso. Não houve de fato a penetração porque ele é uma pessoa instruída, ele praticava outros tipos de fato”, complementa ela.
A presidente do conselho também relatou que perguntou para a menor se a mãe sabia do fato, e que ela respondeu “a minha mãe saía para fazer visitas para os irmãos da igreja juntamente com meus irmãozinhos mais novos. E eu perguntei à ela, você nunca contou para sua mãe, ela disse: Sim tia eu contava para minha mãe, mas minha mãe dizia que eu estava mentindo”, conclui.
O pai da garota, de 06 anos, sobrinha do acusado, não quis se identificar, mas relatou que ficou sabendo do caso através da denúncia do conselho. Ao ser indagado do estado psicológico da criança, o pai respondeu: “Ela, por se criança, na ingenuidade dela, não tem noção da coisa. Apesar da gente esclarecer todos os assuntos, conversar com ela, por mais que a gente seja pai, seja mãe, conversar sobre um assunto desse… A gente nunca vai conseguir esclarecer um assunto desses. Os traumas, com certeza, existem. Então é complicada a situação. A minha esposa está muito abalada com isso”, disse o pai, que pediu para não ser identificado. Ele também relatou que nunca desconfiou de nada. “Fomos morar numa residência onde existiam duas casas no terreno. Eu na casa da frente e, ele, na dos fundos. Eu ia para a faculdade, minha esposa trabalha, e nos intervalos ela ia brincar com a prima. É família, você vai desconfiar de alguém de sua família? Acho complicado. A minha filha ia brincar com a prima”, conclui.
A Delegacia Municipal recebeu ontem a representação contra Pedro Campos da Rosa. Segundo o escrivão Gilberto Leal, ele será intimado a prestar esclarecimentos.
Outro lado
O pastor estaria residindo no Jardim Conquista em Sinop. Foi procurado pela reportagem e não foi encontrado para falar sobre o assunto.