Quatro servidores da 2ª Vara Criminal do Fórum da Comarca de Cuiabá foram presos, acusados de envolvimento em um esquema de cobrança de propina para tramitação de processos. Eles estariam atuando com a ajuda da ex-escrevente Beatriz Árias Paniaguás.
Após cinco meses de intensa investigação desenvolvida pela Diretoria de Atividades Especiais da Polícia Civil, ficou comprovado o esquema que culminou na prisão dos cinco. As investigações iniciaram a pedido da Corregedoria do Tribunal de Justiça de Cuiabá
O delegado Gerson Vinicius, um dos coordenadores da operação, explicou que Beatriz atuava no grupo como uma espécie de “lobista”, intermediando a cobrança junto aos presos que aguardavam livramento condicional. Era ela quem fazia os contatos com os presos e a também a negociação dos valores, os quais eram repassados à escrevente, chefe do cartório. “A Beatriz tinha contato dentro dos presídios e mantinha amizade com os familiares dos presos”, disse o delegado.
O esquema visava cobrança de propina para tramitação de processos de execução de penas. Para que os cálculos de penas e benefícios concedidos aos reeducandos fossem computados, a chefe do cartório exigia dinheiro pelo serviço que é obrigação da Justiça. “Os processos ficavam parados na escrivania, não tramitavam. Acontecia do reeducando ficar preso mais tempo do que a lei prevê”, explica o delegado Gerson Vinícius. Desde o início das investigações a polícia identificou cerca de 20 pessoas favorecidas pelo esquema.
Os mandados de prisão temporária foram expedidos pela 8ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá e cumpridos por delegados e policiais da Polícia Judiciária Civil. Os cinco presos estão sendo interrogados na sede da Diretoria Geral da Polícia Civil, em Cuiabá.
“A prisão temporária é justamente para isso. Para iniciar e apurar nossos fatos”, ressalta o diretor de Atividades Especiais, Adriano Rúbio.