A Polícia Civil encaminhou, hoje, ao Fórum de São José dos Quatro Marcos (região Oeste) o inquérito policial do assassinato da jovem Andressa Helen Antunes Cabral, 17 anos, ocorrido no dia 29 de setembro. O crime foi cometido pelo caminhoneiro E.S.S., 29 anos, indiciado por estupro, homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
O corpo da adolescente foi encontrado no dia 4 deste mês, em estado avançado de decomposição, em uma região de serra, nas proximidades da localidade conhecida por Cacho, entre as cidades de Cáceres e Mirassol D"Oeste.
O caminhoneiro foi preso em Goiânia (GO), com apoio da Delegacia Estadual de Investigações Criminais e transferido, na semana passada, para São José dos Quatro Marcos. Com ele, a polícia encontrou o aparelho de celular da vítima, confirmando ser ele a última pessoa que teria estado com a jovem. O preso alegou que comprou o celular de um traficante na cidade. "Por isso pedimos a prisão temporária e busca na residência, onde estava o celular da vítima. O rastreamento do celular deu em Goiana", disse a delegada Anamaria Machado Costa, responsável pelas investigações.
De acordo com a delegada, a notícia do desaparecimento da jovem foi comunicada na delegacia no dia 29 setembro pela família da adolescente, que informou que a garota havia saído na noite anterior para ir a um show sertanejo e não havia voltado para casa.
A princípio, a polícia iniciou as investigações com hipótese de crimes de sequestro ou cárcere privado ou tentativa de roubo, pois a mãe da adolescente havia recebido uma mensagem na madrugada do dia 29, dizendo que a filha tinha sido sequestrada. "A partir dessas informações iniciamos as diligências para esclarecer o seu desaparecimento", disse a delegada.
No mesmo dia, policiais civis fizeram contato com familiares e amigos da vítima, até que chegaram ao caminhoneiro, em um frigorífico local, apontado como a última pessoa que teria estado com Andressa. Na ocasião, o suspeito, que havia feito uma entrega na cidade, alegou aos policiais que não conhecia a vítima, que conversou por poucos instantes com a garota no show e com outras pessoas próximas a ela.
O caminhoneiro também disse que teria emprestado seu celular para a adolescente ligar a uma amiga, por volta das 3h09, e que depois disso não a viu mais e nem soube notícias suas. "Ele de forma fria e calculista, disse aos policiais ainda que estaria à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos", contou a delegada.
Em investigações de campo, a Polícia Civil refez todos os trajetos possíveis realizados pelo acusado no dia do crime, culminando com a localização do cadáver de Andressa, na região de serra. Porém, o caminhoneiro já estava fora do Estado de Mato Grosso.
De acordo com a delegada Anamaria Machado, no curso da investigação outro suspeito surgiu, mas logo foi descartado. "Em face da localização do cadáver, já com provas técnicas nos autos, uma equipe policial e deslocou até Goiânia e recambiou o caminhoneiro para São José dos Quatro Marcos", disse a delegada.
Conforme a delegada, durante a viagem, o caminhoneiro continuava negando o crime. No entanto, acabou confessando depois que soube que a polícia havia localizado o corpo da vítima. "Ele só confessou quando na cidade de Cáceres, exibimos os pertences da vítima, na Politec, informamos o encontro do cadáver de Andressa, momento que acabou por confessar a autoria da morte de Andressa, explicando os pormenores dos fatos em seu interrogatório", detalhou Anamaria.
Para a delegada, o suspeito pode ter praticado crimes semelhantes em outros estados. "Diante do que fora colhido nas investigações e pelo comportamento apresentado pelo criminoso ele pode ter cometido crimes outros estados. Estamos à disposição das policias para prestar apoio necessário a eventual delito praticado pelo mesmo".
O suspeito é natural do estado da Bahia e tinha residência fixa na cidade de Goiânia (GO), onde morava com a família e dois filhos. Ele também confessou ser usuário de cocaína.