De janeiro até agora, duas mulheres foram assassinadas e um é de feminicídio (crime contra identidade de gênero). Os dois casos foram este mês. O número é 50% menor que o do ano passado, quando quatro mulheres foram mortas – três vítimas de feminicídio e uma de latrocínio (roubo seguido de morte).
Em contrapartida, o delegado da Polícia Civil, Hugo Mendonça, afirmou, ao Só Notícias, que os casos de violência doméstica “aumentaram por conta do isolamento social, convivência forçada e consumo de álcool” e os casos de violência são progressivos. “Começa com uma ameaça, depois um xingamento, aí vai para uma agressão física, até chegar no feminicídio. Se a mulher não tomar alguma atitude e denunciar, ou algum familiar não der esse apoio, infelizmente a agressão evolui”.
Hugo explica que é comum a mulher denunciar e voltar para o companheiro. “Muitas delas acabam voltando, as vezes por dependência econômica, não tem emprego, são de outros Estados, não tem familiar aqui, tem criança pequena em casa. Tem algumas que tem até profissão, conseguiriam se manter mas, é tão dependente psicologicamente do agressor, que volta”.
Ainda de acordo com o delegado, a educação é determinante para caracterizar o agressor. “Quando o indivíduo é criado em uma casa onde aprende a respeitar a mulher ele não vai fazer isso quando adulto, agora um local onde ele cresce vendo a mãe apanhando, pode ser que sim. E muitas vezes, até mulheres crescem achando que aquilo é o certo, já ouvi depoimento de mulher falando isso”, finalizou.