Com brincadeiras de caças, o cão é condicionado à localização de drogas ocultas. Assim é o treinamento dos cinco cães do Canil da Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE), da Polícia Judiciária Civil, inaugurado hoje, em Cuiabá. As instalações tem oito box e capacidade para abrigar dez cães. O canil foi construído por alunos da Escola de Construção do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). O material usado na obra foi doado pelo Senai e por empresas privadas. O delegado Marcelo Felisbino Martins, titular da DRE, informou que a construção do canil iniciou com a instalação da delegacia em dezembro passado e só foi possível graças a parceria do Estado e de empresas privadas.
Segundo Martins, a ideia é trabalhar com uma polícia mais técnica, com ações mais elaboradas. “Esses cães vão potencializar as ações de busca de drogas e diminuir o tempo de permanência de policiais em áreas de risco”, disse Martins. “Serão especificamente levados a um local, onde há suspeita de drogas, que pode ser uma casa, um carro ou um ônibus. Maior poder de repressão que significa mais apreensões e materialidade do crime de tráfico”, afirmou.
Durante o ato, vinte parceiros que ajudaram nas obras e manutenção do Canil receberam agradecimento formal da Diretoria da Polícia Judiciária Civil. O diretor geral da Polícia Civil, José Lindomar Costa, destacou a integração de vários segmentos da sociedade e a colaboração da iniciativa privada com as ações da Instituição, que sem elas não seria possível desenvolver projetos na área de prevenção como o “De Cara Limpa Contra as Drogas” e na repressão, a exemplo do canil.
“É uma ferramenta excepcional que a DRE passa a trabalhar em suas ações operacionais”, destacou. De acordo com o diretor, o trabalho policial com uso de cães farejadores vai contribuir para o aumento de apreensões de drogas, que neste ano chegou a quase 800 quilos (maconha, cocaína e pasta-base) e a abertura de 354 inquéritos policiais, conforme levantamento da delegacia de Entorpecentes.
Presente no evento, o secretário de Assuntos Estratégicos, Alexandre Bustamante, disse que o uso de cães é uma ferramenta eficaz nas buscas de entorpecentes e necessária à DRE, vez que Mato Grosso é rota do tráfico de drogas. “O Estado de Mato Grosso precisa dessa ferramenta nas buscas de drogas, que estão cada vez mais camufladas”.
De início, serão cinco cães policiais, três labradores e dois beagles. Dois animais já estão preparados para atuar em operações de busca e apreensão de drogas. Wonca é um cão da raça labrador, já adestrado para função de faro de drogas. O animal foi doado pelo Canil Central do Estado de Santa Catarina, que também forneceu treinamento para alguns policiais na condução de cães farejadores.
A DRE é a segunda delegacia da Polícia Civil a instalar um canil. A delegacia de Campo Novo do Parecis já trabalha com o uso de caes desde o ano de 2008, quando foi construído o canil da unidade.