O contraventor João Arcanjo Ribeiro, que chefiava o jogo do bicho em Mato Grosso, e está preso em Campo Grande (MS) foi condenado, a mais 9 anos de reclusão, em outra ação na justiça estadual por “crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa cometidos por sua organização criminosa em Cuiabá, Sinop e Cláudia (Nortão). A sentença é da juíza Selma Rosane Santos Arruda, da Vara Especializada Contra o Crime Organizado da comarca da capital, tomada dia 31 de maio, e anunciada, esta tarde.
A assessoria do Tribunal de Justiça informa que a “delegada Helena Yloise de Miranda Lourenço, da Polícia Judiciária Civil, foi condenada à perda do cargo por corrupção passiva. Ela foi enquadrada neste crime ao aceitar propina para realizar a já citada ação policial que favorecia Arcanjo. Além da perda da função pública a ela foi imposta reprimendas restritivas de direito, limitação de fim de semana e ainda a prestação de serviços à comunidade”. A delegada poderá recorrer da decisão.
Na mesma ação foi denunciado o delegado Richard Damasceno, que na época trabalhava em Sinop, e foi absolvido. O advogado Alexandre Pereira disse, ao Só Notícias, que Richard foi absolvido por não haver provas contra ele. “A acusação alegou que ele teria trabalhado a mando de Arcanjo, mas eu comprovei que o delegado cumpriu ordem da Secretaria de Segurança, que deflagou operação nos municípios onde havia o jogo do bicho”.
Ao decidir pela condenação de Arcanjo, a juíza apontou que “os crimes de corrupção ativa foram concretizados ao oferecer vantagens ilícitas a membros da Polícia Civil para liberação de comparsa preso, motocicleta apreendida e ainda para a realização de ação policial em pontos de atuação de bicheiro concorrente”.
A juíza também decidiu que o genro de Arcanjo, Geovane Zem Rodrigues, pegou 7 anos, 3 meses e 10 dias de reclusão em regime semi-aberto pelos mesmos crimes que Arcanjo. Conforme consta no processo, “Geovane é o herdeiro das ações do grande chefe e mentor. Após a prisão de João Arcanjo, Geovane encarregou-se de continuar chefiando e controlando as atividades ilícitas do grupo”, sentencia a magistrada
Ela concluiu também que “a corrupção é um mal que está ligado umbilicalmente ao subdesenvolvimento das nações. Esse crime pode impedir o crescimento de países como o Brasil, a Rússia, a Índia e a China, já que inibe a vinda de investidores externos, graças à falta de credibilidade. O combate à corrupção é crucial para que o Brasil tenha perspectiva de futuro digno”.
Atualizada às 19h58)