O juiz criminal Mario Machado acaba de confirmar que os cerca de 100 presos que estavam amotinados, desde ontem de manhã, no raio amarelo, encerraram o motim e estão voltando para as celas. O magistrado está no presídio e ouviu, esta manhã, as reivindicações de um grupo que liderou o manifesto pedindo transferência de aproximadamente 10 reeducandos para unidades prisionais em Cuiabá e revisão de processos de alguns presos, dentre outras reivindicações.
Por enquanto não está confirmada a transferência de detentos – uma das principais exigências feitas.
O superintendente do Sistema Prisional da Secretaria de Estado de Justiça, José Carlos de Freitas, que veio de Cuiabá e, ontem à noite, começou as negociações com os rebelados e disse que a transferência para presídios na capital e outras localidades depende também da abertura de vagas ou pode ser feita em sistema de permuta – vai um e vem outro. Ele também detalhou que estão sendo construídas algumas unidades prisionais em Pontes e Lacerda, Juína e Peixoto de Azevedo para amenizar a lotação nos presídios mato-grossenses.
O juiz criminal Mario Machado disse, após o encerramento do motim, que “existe algumas deficiências no Poder Judiciário para garantir celeridade na análise de todos os processos. Temos cerca de 5 mil processos, demanda grande. Só aqui no Ferrugem temos cerca de 730 detentos, fora os que estão na cadeia feminina (avenida Figueiras). Todos os presos, de certa forma, ficam sob responsabilidade desta vara ( 2ª criminal). É impossível dar celeridade a esta demanda tão grande. Este problema já foi repassado há cerca de 2 anos para a Corregedoria e, infelizmente, a corregedoria não etendeu que seria necessário criação uma nova vara de execução penal para dar maior atenção a estes preocessos que envolvem os condenados, os de regime aberto e semi-aberto. Foi decisão administrativa que cabe a gente respeitar”, explicou o juiz, em entrevista coletiva.
O coronel Nerci Denardi, comandante da PM, disse que houve alguns estragos em celas e que o motim terminou sem violência e sem feridos.
O presidente da comissão de Direitos Humanos da OAB sinopense, Denovan Isidoro de Lima, e o comandante regional da PM, coronel Nerci Denardi, também acompanharam o caso.
Durante a madrugada, policiais do COTAR, da PM, fizeram rondas contantes na parte externa do presídio para evitar qualquer tentativa de fuga.
Conforme Só Notícias já informou, cerca de 100 detentos conseguiram sair das celas, ontem de manhã, e se amotinaram no corredor do raio amarelo. Eles dizem que fizeram 6 outros detentos reféns. A Secretaria de Justiça negou que haveria reféns. Na carta enviada a jornalistas, ontem à tarde, os presos rebelados cobram a revisão das penas de alguns reeducandos, além da transferência de outros (cerca de 10) para Cuiabá. E, no final, há uma ameaça: “se entrar (policiais invadirem o presídio para acabar com motim) estamos com seis reféns, que são os passarinhos (sic) da diretora. Eles estão todos amarrados”.
(Atualizada às 11:13h)
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(Policiais que passaram a madrugada cercando o presídio. Fotos – Só Notícias/Cleverton Neves)