quinta-feira, 12/dezembro/2024
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Vivendo por viver

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Hoje, do ocidente ao oriente, do primeiro ao terceiro mundo, não há escapatória: o lema (ou dilema) é mudar o estilo de vida. Em sua crítica a um mundo onde a aparência ganha predominância a essência, Vance Packard questiona o consumo desenfreado como o grande dilema ao desenvolvimento.
Não só a sociedade americana, mas o mundo capitalista atingiu um nível de acriticidade quanto à verdadeira necessidade do “ter”, que já não se pode dimensionar ações efetivas capazes de desacelerar o processo.

Campanhas de conscientização, educação para o consumo consciente, formação profissional com maior rigor ético, tudo é possível, mas ainda há tempo? Uma vez que a tecnologia não é usada para diminuir o consumo, pois mais importante é o lucro. A publicidade e a propaganda atuam em prol de criar no consumidor o desejo incessante de compra. E estudiosos declaram que o consumo no mundo, enquanto cultura ocidental já se tornou uma cultura com raízes profundas e os impactos causados por essa cultura não possui mecanismos de desaceleração. Há espaço nas empresas para uma administração socialmente responsável?

Se por um lado os profissionais que atuam na produção de bens de consumo o fazem para a sobrevivência, por que não conscientizá-los dos demais problemas ambientais decorrentes das atividades urbanas, rurais e industriais, caracterizados pelos desequilíbrios da exploração excessiva dos recursos naturais, desmatamentos, uso predatório do mar e quebra de cadeias alimentares típicas dos ecossistemas naturais, bem como por problemas pontuais e específicos derivados do emprego de tecnologias produtivas, do uso inconveniente de matérias e energia nos processos industriais e nas comunidades urbanas, gerando os impactos de poluição do ar, da água e do solo.

O lançamento in natura de esgotos domésticos nos rios, o descarte de resíduos sólidos nas principais cidades, a falta de sistemas adequados de coleta e tratamento de esgotos e dos resíduos e a ausência da consciência no uso dos recursos naturais caracterizam-se como um dos principais problemas ambientais, juntamente com a disposição de lixo urbano a céu aberto nas margens dos rios e lagoas. No Estado de São Paulo, o lançamento de efluentes industriais concentra-se praticamente na capital e nas grandes metrópoles em desenvolvimento ao longo do Estado. Entretanto existem previsões de um aumento de 3% a 7% ao ano de investimentos na área de reciclagem o que representará um mercado em franca ascensão.

A exploração da água e os constantes ataques ao meio ambiente através da utilização de defensivos e pesticidas que contaminam e poluem o solo, da destruição das matas ciliares e das áreas de mananciais contribui para um risco potencial de poluição e modificação das condições físico-químicas do aqüífero Guarani e conseqüentemente da destruição de uma generosa fonte de água para o sul/sudeste do país e dos países vizinhos.

A redução do volume de água disponível em detrimento ao aumento significativo de seu consumo fará com que haja, a médio e longo prazo, um aumento do investimento nas áreas tecnológicas para a economia ou reciclagem da água.

Quanto à poluição atmosférica, as queimadas e a combustão da palha da cana se apresentam como os principais problemas de emissão de fumaça e material particulado na atmosfera, além obviamente dos gases emitidos pela enorme frota de veículos existente e das indústrias de um modo geral.

Há uma carência de tecnologias e técnicos no desenvolvimento de equipamentos e pessoal para o monitoramento e controle de emissão de poluentes atmosféricos, apesar do aumento significativo de investimentos nos últimos anos neste setor. O que as escolas, universidades e programas de capacitação dentro das empresas tem feito em relação a isso?

Deve ressaltar-se a criação constante de centros industriais, necessitando, portanto, de uma qualificação de recursos humanos para acompanhar esse desenvolvimento de forma a preservar os recursos naturais do Estado. Aliado a este fato, temos o surgimento da série de normas ISO 14000 e 14001, a partir de 1996, e a criação da Lei de Crimes Ambientais editada em 1998 que fizeram com que muitas empresas procurassem com maior interesse profissionais capacitados para gerir e atuar no seu programa de gestão ambiental.

Vance Packard, em sua obra “Estratégia do Desperdício“ consegue despertar nos leitores o senso ético e elevado grau de responsabilidade social para que cada um possa interferir em seu ambiente imediato de acordo com o que lhe é possível mudar. Como nós, administradores poderemos em nossas empresas disseminar a cultura da responsabilidade ética e social?

Ismael Lemes Viera Júnior é administrador de empresas em Sorriso, pós-graduado em docência no ensino superior e especialista pela fundação escola do ministério público de MT e professor universitário.

 

 

O conteúdo aqui publicado é de total responsabilidade de seu autor e não reflete necessariamente a posição de Só Notícias

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