Foi no mínimo patética a atuação do presidente do legislativo sinopense na sessão de reabertura dos trabalhos na noite desta segunda-feira. Tentando esquivar-se de dissabores futuros com o prefeito Nilson Leitão e com membros da mesa diretora, o vereador José Pedro Serafini deu um tiro no próprio pé; senão vejamos.
É sabido que os vereadores Juarez Costa, Mauro Garcia, Gilson de Oliveira e Waldemar Jr tem se empenhado em encontrar “desacertos” da atual administração. O trabalho de fiscalizar – prerrogativa do vereador – foi aprofundado nos últimos dias com indícios de superfaturamento (palavra do vereador Mauro Garcia).
Pois bem; as denúncias já haviam sido levadas a conhecimento publico através de alguns programas televisivos e deveriam ser apresentadas com requintes de espetáculo na sessão de ontem. Sim, digo requintes de espetáculo, porque a câmara contratou de determina empresa – de funcionários do legislativo – a locação de um datashow.
A desculpa – visivelmente esfarrapada – era apresentar aos vereadores e comunidade, a visita feita por alguns parlamentares a uma empresa instalada no município. No entanto, o mesmo datashow foi requisitado pelo Vereador Juarez Costa para exibição de documentos que comprovariam má gestão de recursos por parte do poder executivo. A solicitação “de última hora” foi aceita pelo presidente sem maiores delongas.
No momento em que seria usado pelos parlamentares ditos de oposição, a lâmpada simplesmente queimou. Tudo indica que a queima da lâmpada se deu ao toque do celular do presidente, alertado para impedir a exibição dos documentos, e não pela oscilação no fornecimento de energia que posteriormente ele disse ter ocorrido.
Para finalizar, o espetáculo que deveria ser a exibição dos documentos aconteceu da mesma forma; no entanto teve como ator principal o senhor presidente baseado num roteiro de mentiras, desculpas e trapalhadas tendo o datashow e sua lâmpada como atores coadjuvantes.
Evidências da armação para exibição dos documentos: Diversas empresas foram visitadas pelos vereadores nos últimos anos e neste em especial, mas nenhuma delas ganhou o direito de ter material exibido durante as sessões. Logo, fica claro que a exibição da visita à referida empresa foi apenas um artifício usado para justificar a presença do datashow e o posterior uso pelos vereadores Mauro Garcia e Juarez Costa. Além do mais, entre o uso do equipamento pela vereadora Sinéia Abreu e o grande expediente, não haveria tempo hábil para produção do material da oposição. Isso justifica a tese de que o material estava pronto e era sabido pelo presidente de que seria apresentado na sessão.
Clayton Cruz é jornalista em Sinop