Li recentemente, num jornal de Cuiabá, opinião do estudante Marilson Mendes Ribeiro, contestando o jornalista Onofre Ribeiro, que tem abordado crise política no governo Maggi. Marilson “endeusa” o governador Maggi e afirma que “descobrimos que não é mais preciso ter pessoas como Dante, Jaime, Júlio, Bezerra à frente do Governo”.
Nesta fase de “estudante”, Marilson deveria saber que nenhum de nós, mortais, é absoluto, portanto, o governador Blairo Maggi não representa nenhuma exceção. Mato Grosso vive hoje talvez sua melhor fase de crescimento econômico e de desenvolvimento, um esplendor que não surgiu como num passe de mágica.
Caso Marilson se interesse, passo aqui algumas informações que certamente serão de grande valia ao seu universo cognitivo sobre a história política contemporânea do nosso Estado. Esse “boom” de crescimento que Mato Grosso hoje se beneficia começou, de verdade, nos anos 80 com o governo Júlio Campos (1983/87).
Em resumo, anota aí. Júlio Campos fez um governo de 40 anos em 4: abriu e asfaltou mais estradas do que as que existiam até o início de sua administração. Foram mais de 2 mil km de asfalto, 4 mil km de estradas vicinais, 13.470 km de estradas restauradas e 3.360 metros de pontes de concreto e 63 pontes mistas de concreto e madeira.
O governo Júlio Campos iniciou a interiorização do ensino superior e no ensino básico construiu 800 novas salas de aula, uma revolução para a época! Na infra-estrutura, enfrentou como prioridade e concluiu o segundo linhão de Cachoeira Dourada, com um acréscimo de consumo de 165% de energia elétrica.
No setor energético destaca-se, também, a implantação de três usinas termoelétricas em Sinop, Sorriso e Alta Floresta e as hidrelétricas de Torixoréu, Coluene, Braço Norte, Juína, Aripuanã e Primavera do Leste, e deixou iniciada a obra da Usina de Manso.
Júlio Campos governou com visão de estadista. Construiu a primeira etapa do Hospital Central de Cuiabá; construiu 24 unidades de postos e centros de saúde no Estado, 25 laboratórios e 34 unidades de prevenção do câncer. (Atenção: prevenção do câncer, isso 20 anos atrás!).
No setor de saneamento foram atendidas quase um milhão de pessoas e efetuadas cerca de 100 mil novas ligações domiciliares. A produção e o consumo de água tratada aumentou em 100%, chegando a 150 milhões de metros cúbicos em 1985.
Com a infra-estrutura implementada pelo governo Júlio Campos, a “força” de Mato Grosso, que é o setor agropecuário teve um de seus maiores crescimentos da história. Foram incorporados mais de 500 mil hectares ao setor produtivo, proporcionando a colheita de 3,5 milhões de grãos. Houve um acréscimo de 500 mil cabeças ao rebanho bovino e foram construídas sete destilarias de álcool.
Quer mais? Anota aí o que foi feito em reforma agrária: foram aprovados 104 projetos de colonização em mais de 3 milhões de hectares, beneficiando mais de 16 mil famílias.
Para finalizar, por falta de espaço: Júlio Campos construiu 20 mil casas populares (nos conjuntos CPA-II, III e IV, Tijucal, Santa Amália e Morada do Ouro), em Cuiabá e outras tantas no interior, entre centenas de próprios públicos por todo o Estado.
E o compromisso do cidadão Júlio Campos com Mato Grosso prosseguiu, na Câmara Federal e depois no Senado, onde, com o seu prestígio, garantiu milhões e milhões de recursos do Orçamento da União para obras em todos os municípios mato-grossenses e foi citado pelo Diap como o senador que mais apresentou projetos em defesa dos trabalhadores.
Júlio Campos deixou tantos empreendimentos, Marilson, que até hoje vários governadores continuam inaugurando obras que ele deu início, a exemplo do Fórum Criminal de Cuiabá, a pavimentação asfáltica das rodovias para Itiquira, Canarana, São José do Rio Claro, e o Hospital Central de Cuiabá, que o governador Blairo Maggi anuncia a conclusão.
É pena que o próprio governo federal está deixando acabar a BR-163 (Cuiabá/Sinop), e não conseguindo chegar com ela até Santarém. No seu governo, Júlio Campos fez 600 km da 163, chegando até Santa Helena. Desse tempo até hoje, portanto há quase 20 anos, a BR-163 não “andou” praticamente um metro sequer!
Imagine, então, como estariam as rodovias de Mato Grosso se no seu governo Júlio Campos tivesse esse tal de Fethab, e como não estaria hoje o nosso Mato Grosso com rodovias em todas as regiões?
Em resumo, Júlio Campos, hoje conselheiro do Tribunal de Contas, preparou Mato Grosso para o desenvolvimento que hoje nos beneficia a todos.
* Bruno Alves de Souza, bacharel em Direito – [email protected]