O "pão e circo" da antiga Roma ainda entorpece e aliena, talvez mais que as drogas: refiro-me ao carnaval. Há poucos dias assisti a um anúncio notável de uma TV americana. Além do produto anunciado, mostra indiretamente o quanto estamos (nós brasileiros) longes de ser uma nação com um plano, rumo, respeito pelo trabalho, por exemplo. O povo brasileiro não sabe que é socialista, e nem sabe o que é isso. É um povo apático desde sua formação, e agora mais ainda, com o perverso estímulo governamental. É uma gente que vive a incúria do imediatismo que caracteriza o modo de vida socialista, um dia após o outro, sem um plano magno, sem nenhuma grandeza. Os valores dos jovens parecem não ir além da lascívia, das drogas, da musica chula e galhofeira, a julgar pelos comportamentos, as linguagens, com evidente desrespeito pela família, a religião, a honestidade e a retidão de caráter. O trabalho não é, para eles, o meio sagrado de sustento, de relacionamento, de crescimento pessoal, a oportunidade, mas a hora da vingança, das injustiças seculares, porque "ouviram falar", ou "leram alhures". É incrível mas isso deslumbra gente, não só "de baixa extração social" (palavras de Aristóteles) mas também (e principalmente) gente universitária, professores, doutores, etc. É normal que qualquer exista gente de curto horizonte. Mas quando os pândegos se fazem maioria, em condições democráticas temos o socialismo. Toda a ação passa a centralizar um governo messiânico com líder grotesco insolente, falso e corrupto, como Kim Jung Il, Castro, Stalin, Chaves, Lula, Morales, Ahmadinejad, Marx, Mao, Pol Polt… Seus peões políticos são muito bem pagos, "por fora". As universidades não formam pensadores, apenas bacharéis, gente que aprende conceitos, esgares e trejeitos de entendido em alguma coisa, e passa para o lado do "estabilishment", tudo sempre visando a "perpetuidade do poder".
Volto ao "comercial". Povo néscio, farrista, em pleno carnaval detestaria ver o anúncio a que me refiro acima. Não sou agricultor mas vivo em região estritamente agrícola de país eminentemente agrícola onde esse anúncio jamais será exibido: porque elogiar o trabalho do fazendeiro campo desagrada. (Eis o link para quem quiser ver no YOUTUBE, http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=AMpZ0TGjbWE e a tradução para português:).
E no oitavo dia, Deus olhou para seu paraíso e disse: "Preciso de alguém que cuide desse lugar.
Então Deus fez o agricultor.
Deus disse, "Preciso de alguém disposto a levantar antes do amanhecer, tirar leite, trabalhar o dia inteiro, tirar leite novamente, jantar e ir até à cidade e ficar até depois da meia noite numa reunião de conselho escolar."
Então Deus fez o agricultor.
Deus disse, "Preciso de alguém disposto a passar a noite acordado cuidando de um potro recém nascido, vê-lo morrer e enxugar os olhos e dizer, "talvez ano que vem".
Preciso de alguém que possa transformar um tronco de árvore em um cabo de machado, ferre um cavalo com um pedaço de pneu usado, que possa fazer um arreio com pedaços de arame, sacos de ração e sapatos velhos.
Alguém que, durante a época de plantio e de colheita encerre suas 40 horas de trabalho semanais na terça-feira ao meio dia e passe mais 72 horas penando em cima do trator.
Então, Deus fez um agricultor.
Deus disse, "Preciso de alguém forte o suficiente para derrubar árvores e empilhar fardos, mas ainda gentil o suficiente para aparar cordeiros recém nascidos, desmamar porcos e cuidar de galinhas, que seja capaz de parar seu trabalho por uma hora para cuidar da perna quebrada de passarinho."
Deve ser alguém capaz de arar fundo, reto e sem cantos.
Alguém que semeie, capine, alimente, crie, e dome, e are, e plante, e transforme lã em linha e coe leite.
Alguém que mantenha uma família unida com a partilha de laços fortes.
Alguém que sorria, e depois olhe e agradeça com um sorriso nos olhos quando seu filho diga que quer passar o resto da vida fazendo o que seu pai faz.
Então Deus fez um agricultor.
A vida política brasileira atual é cenário muito ultrapassado. O espírito nacional está extremamente eivado das putrefatas práticas coletivistas, além da farsa e a roubalheira institucional que as caracteriza ao longo da história dos últimos cem anos. Todas as tentativas dessa natureza se arrebentaram no curto tempo de uma geração, ou menos. Nos anos 20 do século XX o socialismo parecia ser um caminho maravilhoso. Bernard Shaw falava do "sucesso enorme e imediato da União Soviética", o que apontava o comunismo como fórmula para o futuro da humanidade. A mentira peremptória e a manipulação das notícias e dados oficiais tornou a URSS o país mais simpático do planeta, principalmente para o povo norteamericano. Depois da guerra a sinfonia "Leningrado" de Shostakivitch foi tocada milhares de vezes nos EUA, como em nenhum outro lugar no mundo, tal era a simpatia e admiração pela epopéia da Rússia comunista. Mas, tudo era farsa. O embuste é a mais constante tradição socialista. Todos os historiadores do século XX atestam que a maior farsa da história política de todos os tempos foi o sucesso da URSS. Coisa parecida só se viu na Alemanha oriental, outra tragédia comunista. Descobriu-se que o inverossímil sucesso da URSS existia só no papel, nas estatísticas fictícias.
O mesmo aconteceu com todas as estapafúrdias experiências socialistas e comunistas Francesas do fim do século XIX, as Russas do século XX, as Asiáticas e as Latinas do mesmo século XX, todas pelo mundo afora deram com os burros n"água. O que essas trágicas patacoadas deixaram para a posteridade foram os maiores genocídios da história da humanidade (veja-se Pol Pot, Stalin, Mao), tudo orquestrado sob os auspícios ideológicos do "grande" Karl Marx. Falemos um pouco desse controverso Marx. (Controverso porque nunca nos últimos 200 anos se escreveu tanta mentira, tanto falso elogio para alguém como para ele, pobre alcoólatra depressivo, semideus de papel machê). Sujeito incômodo, infeliz, sujo como suas próprias fotos mostram. Tornado líder místico, figura divina para quase todos os bebês chorões do planeta, que não o conhecem. Marx, sua grande obra se destinou a promover discórdia, ódio, luta de classes. Há historiadores que o responsabilizam pelo assassínio de sessenta ou setenta milhões de pessoas no século passado, cifra que faz inveja a Hitler. Como comunista ou socialista (é praticamente a mesma coisa) nunca trabalhou. Um parasita. Teve uma vida inútil como cidadão, como pai, como esposo, ou como advogado. Teve um filho com a empregada, que foi assumido pelo rico amigo solteiro, amante de sua mulher Jeny. Engels sustentou Marx por quase vinte anos, fez a criança desaparecer, jogada num bairro londrino, justamente o local onde Marx denunciou a histórica miséria do trabalho infantil. Que pai heim! Esse é o pai do comunismo. Três de seus cinco filhos com a esposa morreram de fome. Seu filho bastardo, Frederick Delemuth, teve melhor sorte, criado por uma família de operário: morreu de velho em 1920. E mais, a empregada era na verdade uma serva (servo é o circunlóquio europeu para escravo), ela nunca recebeu salário nenhum, indenização, ou qualquer coisa parecida. Vejam, portanto, que perfeito e maravilhoso comunista o grande Marx: desídia, falsidade, covardia, num tempo em que ser homem era acima de tudo ter moral, ser trabalhador, ser soldado… ele foi isso sim, o grande explorador dos humildes. Inventou a revolução ao iludir os pobres com a idéia de que os ricos são os culpados das suas agruras. Muitos ainda hoje acreditam nisso, embora os fatos mostrem exatamente o contrário. Conseguiu meter na cabeça de milhões que a humanidade é entrópica e que eles, os comunistas, vieram para salvar o mundo. Absurdo, sim, mas faz a cabeça tanto de afoitos quanto de preguiçosos, de boa parte de descontentes, incultos, "sans culottes".
Em qualquer time o técnico tem de privilegiar os melhores, não a turba. Precisamos acordar do pesadelo da ideologia do crime de estado. Democracia não é dogma, é obra apócrifa para ser construída todos os dias ao gosto de quem a preze.
Eles estão construindo a deles, com um programa simples: muito roubo, muita propina, apostando cada vez mais na estupidez, e se fazendo passar por pais da cesta básica.
Emerson Ribeiro é médico em Sinop.