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Tratamentos diferentes. Seres humanos diferentes ?

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Enquanto muitos discutem sobre a necessidade de intervenção da Polícia Federal nos negócios de pessoas consideradas pioneiras, empreendedoras e de grande valor para a sociedade regional, muitos outros casos são tratados de forma parcial. A tratativa de ameaçar e tentar subornar para que as investigações não ocorram já demonstram a real índole dos réus envolvidos. O poder financeiro, conseguido em pouco tempo por meios duvidosos, agora é a principal arma de manipulação da opinião pública.

É certo que os crimes investigados pelo órgão federal contribuíram para o crescimento exponencial que a região apresenta. Contudo, os direitos humanos, mas principalmente o da integridade humana deve ser preservado, conforme dita a constituição. Devem ser sobrepostos sobre os interesses individuais. Não obstante, o interesse coletivo também não deve ser atendido através de meios ilegais.

Se a investigação levar a uma crise financeira na região, conforme pregam os “barões” do agronegócio, chegaremos a conclusão que a fartura de recursos foi construída sobre pilares manchados de sangue e medo. A ética e a honestidade deve prevalecer sobre qualquer forma de benefícios particulares ou públicos. Construir jardins babilônicos sobre pântanos repletos de mentira pode trazer uma sensação de prosperidade, mas que afundará a longo prazo. As bases devem ser sólidas, para que a parte exposta seja verdadeira e segura.

Manifestar contra a busca pela verdade é estar a favor dos incorretos, dos desonestos. É, em um suprassumo, ser cúmplice. Históricos divulgados como exemplares de famílias envolvidas na Terra Prometida foram colocados em dúvida. Poderia ser objeto de revolta, pois os nomes foram divulgados antes do chamado trânsito em julgado. Mas muitos outros casos são tratados de forma semelhante, pelos poderes locais e regionais.

O meu caso, é somente um dos que apresentam barbaridades jurídicas e de perseguição. No entanto, o volume dessas incoerências, em apenas um processo, é que espanta a todos os advogados, professores de direito, juízes, policiais, delegados e desembargadores que não estão envolvidos diretamente no meu processo. Todas as opiniões imparciais de profissionais consultados foram unânimes, revelando a incredulidade sobre todas as decisões apresentadas.

A minha ex-companheira foi assassinada, em frente ao Paço Municipal de Lucas do Rio Verde e desde a primeira noite fui condenado, sem provas ou indícios. Fui considerado culpado até que seja provado o contrário. Foi aplicado o inverso do que é explicitamente expresso na Constituição Federativa do Brasil. Tudo para que delegado responsável e promotoria na época, sedentos de poder e mídia, pudessem dar uma resposta rápida para a sociedade, em um caso de repercussão.

Sete meses depois, os que mais agiram contra os princípios básicos não estão mais envolvidos. Um saiu da cidade e outro pediu para sair do caso. Ainda nenhum caminho para a investigação, para que eu possa ser inocentado. Ainda estou sem meus filhos. Todas as ações ilegais e sem qualquer traço de ética ainda causam tamanho prejuízo emocional e financeiro.

Além de não receber nenhum auxílio das autoridades locais, ainda pediram para que eu participasse da manifestação contra a Polícia Federal. Escutei que as famílias investigadas estão sendo tratadas como bandidos. Mas e minha, não está?

Só pude ver minhas crianças uma vez nestes sete meses. Todo o processo foi construído com falsidades e suposições. Nenhum fato, nenhuma razão para retirar minha guarda, mesmo que provisória. Atuação fora dos padrões e da ética de uma assistente social, da promotoria, do delegado e do juiz. E ninguém se interessou pelo que foi feito comigo e com a minha família. Por não termos bens incompatíveis com as rendas que possuímos, por não termos tanto dinheiro? Rui Barbosa, já dizia: “De tanto a mentira e a desonestidade imperar, um dia o homem sentirá vergonha de ser honesto”.

As instituições que deveriam me dar apoio, auxílio, me abandonaram. A faculdade privada de Lucas do Rio Verde me despediu sem razão técnica. A prefeitura, mesmo com tantas irregularidades com muitas outras pessoas, me exonerou também sem justificativa plausível nenhuma. Em resumo, pela condenação sumária feita pelos agentes policiais e pela promotoria, utilizando a inércia de um juiz e a falta de compromisso profissional de uma assistente social, perdi os meus empregos, minha honra, meu orgulho. Mas o pior de tudo, corro o risco de perder meus filhos, sem qualquer justificativa.

Os próximos passos são recuperar as crianças e meu emprego público, pela falta de justificativa e legalidade de ambos. Após, processar a todos os envolvidos. O desgaste foi imenso e as responsabilidades devem ser atribuídas, principalmente pelos danos causados aos meus filhos. Todo o prejuízo causado a mim, a meus pais e o restante da família nem sem comparam com a indiferença e com o relapso aos interesses das crianças.

Mas cada um deve cuidar dos seus interesses. A vida de duas crianças e de algumas famílias desprovidas de recursos financeiros não é nada, em comparação com o poderio financeiro e político da região. É mais proveitoso defender os abonados, que dão migalhas e recolhem cifras milionárias, do que igualar as forças, e tentar a real e verdadeira “liberdade, igualdade e fraternidade”, presentes nas divisões de nossa carta magna.

Waldemiro Szenezuk Pinto de Arruda – Lucas do Rio Verde –

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