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Televisão: construção de um mundo simbólico !

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Pesquisar os efeitos que proporcionam audiência em determinados programas de televisão como padrão e personalizado, requer cuidados que não venha a ferir quem sabe, a visão do telespectador.  Os dois modelos acima aludidos apresentam tipos de informações variadas que agradam as mais diferentes classes sociais, e, trazem ao mesmo tempo divulgações noticiosas, que embora seja com padrões diferentes em seus formatos, atingem de maneira geral quase todos os públicos.  Sendo assim, adotei a liberdade de comentar um pouco sobre minha pesquisa e reflexão comentada/analisada pelo professor Ms. Leandro Eduardo Wick Gomes da UFMT, a fim de dividir alguns pontos do texto que foi publicado no livro: Opinião na Mídia Contemporânea pela editora Arte e Ciência em 2008 citados abaixo. O objetivo é que esta mesma reflexão arquitete analises e assegure pontos de vistas dessemelhantes e mais sólidos sobre a televisão e seus telejornais.

Para entender melhor do ponto de vista prático, busquei desenvolver uma pesquisa bibliográfica, e ao mesmo tempo fui a campo onde consegui as mais diferentes opiniões sobre o tema proposto. Percebi que embora o modelo padrão de jornalismo esteja sempre um passo a frente, o modelo centralizado também relatado abaixo concorre diretamente com grandes telejornais. De acordo com Melo (2003), os estudos de Jornalismo perceberam essa prática de distanciamento ainda no séc. XVIII, quando Samuel Buckley apontou dois modelos do fazer jornalístico: news e comments. O primeiro modelo se tornou o padrão dos meios de comunicação de massa. A divulgação noticiosa é mais propícia a atingir um público variado, com diferentes ideologias, porquanto constroem maior credibilidade na sociedade na questão do processo de apuração e produção de notícias. Já os comentários encontram seu espaço na lacuna aberta pelos gêneros informativos, que apenas relatam o assunto. A oportunidade da manifestação de traços opinativos surge da necessidade de identificação do público para com essa mesma imprensa, pois há informativos que exigem uma análise, um posicionamento e direcionamento sobre como proceder diante de um fato.

Percebi ao longo dos estudos baseando-me em programas de telejornalismo que a opinião é um fator importante e indispensável para o sucesso de cada programa televisivo. Ou seja, a manifestação levando em conta cada assunto e tema abordados, nos dá o direito de comentar, refletir e opinar sobre os mais diferentes assuntos.
Sendo assim, no âmbito do telejornalismo, Machado (2005) apresenta dois modelos recorrentes da TV, de acordo com essa distinção dos gêneros: padrão e centralizado. O Jornal Nacional se propõe a apresentar, conforme o discurso na própria chamada (apresentação das matérias), as principais notícias do Brasil e do mundo. Essa postura de "apresentação" da realidade é identificada como jornalismo padrão. Porém, em muitas emissoras regionais no país e até em rede nacional, há telejornais que não se restringem em noticiar, mas se caracterizam pela interferência de seus apresentadores, que comentam, questionam e se posicionam diante dos assuntos noticiados. É o jornalismo centralizado.

Em rede nacional, o exemplo principal é o telejornal Brasil Urgente, apresentado por José Luiz Datena, o programa de maior audiência da Band, com média de 5 pontos no Ibope (abril/2009) . Embora o formato, a temática abordada e a intensidade opinativa variem muito nesses programas, a característica principal é a hierarquia do apresentador em relação aos demais na produção do discurso televisivo. Ele solicita explicitamente a veiculação da matéria, a reprise de imagens, orienta enquadramentos e principalmente, posiciona-se diante do assunto com seus comentários.
Durante pesquisa procurei antes de entender o valor da opinião nos telejornais centralizados, deve-se considerar os principais assuntos tratados nesses noticiários. Como se destacou anteriormente, a violência, o sexo e a tragédia são os principais temas abordados. Para Aranha e Martins (1998, p. 186), em programas populares de televisão, o enfoque dado é para as ocorrências policiais como roubo a mão armada, assassinatos, estupros e em outros fatos isolados que venham amedrontar uma sociedade.

Casos assim, individualizados, conseguem gerar atenção devido a sua situação extraordinária, deslocando-os das questões ordinárias do cotidiano. Esse desafio jornalístico em retratar a realidade dessa forma propicia uma lacuna entre o modo de vida do público e a realidade construída na mídia. Hernandes (2006) explica que essa motivação pelo sensacional deriva da necessidade de conquistar maior audiência, motivo pelo qual a imprensa se preocupa em gerenciar essa atenção. O uso de uma manchete mais incisiva, de imagens mais chocantes, edições vibrantes e inserção de efeitos sonoros despertam o interesse da audiência. Uma vez "fisgada", é preciso manter esse público por meio de estratégias discursivas que visam envolvê-lo, despertar sentimentos e causar empatia para com os personagens e narrativas jornalísticas.

Percebe-se a específica importância do apresentador quando se refere às responsabilidades para atrair seus telespectadores. Sua imagem é determinante para definir o nível de adesão, o segmento da sociedade que se pretende atingir, a veracidade da notícia e o vínculo de confiança com o público. Pensando nessa audiência, o jornalismo já mudou muito desde seus primeiros anos. O monopólio do apresentador passou a ser divido com repórteres e outros protagonistas para a construção da notícia, como afirma Zanchetta (2004, p.100). O estilo do telejornalismo era próximo ao jornalismo impresso ao adotar um sistema de apuração e relato dos fatos semelhante, porém, menos descritiva devido a imagens. Atualmente, o papel do apresentador tem uma importância menor na divulgação, se comparado ao repórter, que se tornou protagonista da sua notícia e ganhou campo como correspondente, dando fim ao seu monopólio do âncora. Mesmo dentro do estúdio, a presença do comentarista na TV, por exemplo, já dilui o valor desse apresentador.

Este estudo é uma síntese de relatos e opiniões que divergem quanto a fatores como o "sensacionalismo", termo que se refere ao exagero, uma espécie de choque que se cria no público quando uma situação é veiculada na imprensa. Ou algum personagem aqui no papel do apresentador faz seus tradicionais comentários, atualmente bastante comum em casos como no programa do Ratinho no SBT, Brasil Urgente da Band entre outros policialescos como o extinto Aqui Agora e Cidade Alerta SBT e Record. Assim pude perceber quanto uma opinião é um fator mais que importante e primordial na busca pela audiência de determinados programas de televisão.

Para finalizar procuro no mesmo texto fazer uma analise especulativa onde as histórias no telejornal se assemelham a um filme de ficção. Onde alguns autores trabalham a imaginação das pessoas como em qualquer história cinematográfica e estabelece vários pontos de vistas a serem apresentados. Nessa observação de Machado (2005, p.101), o expediente narrativo imaginado é uma característica marcante presente no noticiário televisivo, que exige uma certa produção, ou seja, como seria contada essa "história"? que fim ela tomaria, levando-se em conta o resultado da trama e o resultado da negociação entre bandido e mocinho? como seria neste caso, a representação real dessa história contada por um telejornal?

A narração de um telejornal simplifica os problemas do mundo como se fosse tudo definido, mesmo que ocorram momentos de desordem, as situações pontuais não afetam a ordem maior. Essa é uma construção de um mundo simbólico, para que fique mais fácil entendê-lo e mantê-lo sob controle.

Este artigo foi construído com trechos do texto de opinião, O Telejornalismo Personalizado: Entre A Emoção e a Opinião, escrito por José Carlos Nery de Araújo, jornalista em Sinop/MT, e comentado pelo professor Ms. Leandro Eduardo Wick Gomes UFMT.  O mesmo foi publicado no livro Opinião na Mídia Contemporânea pela Editora Arte e Ciência em 2008.

 

 

 

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