Os povos primitivos e antigos costumavam rufar seus tambores de forma intensa e quase insurdecedora como sinal de que estavam se preparando para a Guerra. Esta forma de agir atendia dois objetivos. Primeiro, criar um estado de espírito ou de consciência coletiva dando coragem aos seus guerreiros e, segundo, para amedrontar seus inimigos com seus gritos de guerra e sons cadenciados e repetitivos.
Em tempos modernos esta simbologia tem sido trocada por outras formas como ameaças veiculadas pela "mídia" , paradas militares onde e quando são apresentados ao público interno e externo seus sistemas modernos e sofisticados de armas de guerra, desfiles e paradas com grandes tropas com passos e gestos cadenciados, militates uniformizados com inúmeros brazões, alguns conquistados em campos de batalha e outros tantos ou muitos mais recebidos burocraticamente pela lealdade ou servilidade que devotam aos governantes de plantão.
Essas são as demonstrações externas dos gritos de guerra que correm de forma rápida em mundo cada vez mais globalizado e virtualizado. Já quanto aos preparativos internos, esses só são conhecidos pelos altos escalões dos países que se preparam para qualquer eventualidade de uma ou mais guerras e pelos inimigos ou aliados através dos serviços de inteligêcia ou espionagem.
Podemos nos lembrar dos sons desses tambores de guera ao longo das últimas seis décadas. No início dos anos sessenta, quando o mundo vivia sob um clima de terror nuclear, tendo duas super-potências que se enfrentavam, o líder soviético Nikita Krushev que certa feita bateu com seu sapato na tribuna da ONU, de forma secreta estava instalando mísseis nucleares em Cuba, com dois objetivos, segudo diria posteriormente, primeiro defender a Ilha dos Castros de um ataque Ianque e, segundo, ter uma base a uma curta distancia dos EUA, a outra superpotência, possibilitando o lançamento de ogivas nucleares sobre o território americano.
Depois de muitos discursos de ambas as partes, percebendo que o governo de Kennedy poderia realizer uma ação preemptiva tanto contra o território cubano quanto também contra o território soviético, o governo soviético foi obrigado a desmontar seu aparato nuclear em instalação na Ilha e acabou sendo desmoralizado tanto interna quanto externamente.Há quem diga que este foi ,na verdade, o início da derrocada do império soviético.
Já no final dos anos oitenta, o ditador e narco-traficante Noriega que também exercia o poder com mão de ferro no Panamá costumava brandir um facão nas tribunas quando realizava seus discursos inflamados contra o imperialismo e contra o governo americano.
Um belo dia, bem de madrugada, tropas de assalto americanas invadiram a capital e outras partes do Panamá, destruiram as minguadas forças armadas do país e encurralaram Noriega na Nunciatura Apostólica, onde o ditador tentou refúgio. Depois de alguns dias acabou se entregando e sendo recambiado aos EUA, onde foi julgado e condenado a prisão perpétua por vários crimes cometidos durante o seu reinado de terror.
Filme semelhante passou em relação a alguns outros ditadores como Sadan Hussein, presidente quase perpétuo do iraque, cujo fim acabou sendo sua captura em situação humilhante e o enforcamento dando fim tambem ao seu "reinado" de terror. E os dois mais mais recentes foram "rodados" na Libia onde o ditador Muammar Gaddafi que também fazia do anti-americanismo, apoio a grupos terroristas e com seus gestos simbólicos parecia ameacar o mundo ocidental teve o mesmo fim e no Egito, onde outro ditador Hosni Mubarack está a caminho de uma punição que pode significar sua condenação a morte pelos atos e crimes cometidos contra seu próprio povo.
No momento os tambores de Guerra estão soando de forma insurdecedora na Síria e também no Iran, mas este barulho sera objeto de outra refexão proximamente!
Juacy da Silva, professor universitário, ex-ouvidor Geral de Cuiabá, mestre em sociologia, colaborador de Só Notícias.