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SPA, a revanche do século

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O acaso me levou a ter contato com parte da obra do psiquiatra e escritor Augusto Cury, com publicações em mais de 60 países. E o que me chamou atenção, assim de cara, foi o desabafo de Cury, ao repudiar jornais e revistas que insistem em tratá-lo como best-seller em autoajuda, denominação que me manteve bem longe dos livros dele. Esclareço: a dificuldade com a temática é pessoal. Nada contra adeptos desse tipo de leitura e, muito menos, com escritores.

Mas o grande lance da minha ignorância – despertada pelo puxão de orelha de Augusto Cury na mídia que erra e não se rende a uma simples correção -, foi descobrir a existência da Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA). Nada a ver com SPAs, locais voltados ao descanso e relaxamento. Para o estudioso, responsável pela Teoria da Inteligência Multifocal, a síndrome/doença é o famoso mal do século e não a depressão, como garantem outros pesquisadores.

Enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que 1,4 bilhão de pessoas, 20% da população do planeta, vão desenvolver depressão, a Síndrome do Pensamento Acelerado estaria alcançando 80% de nós, pobres mortais. Portadores da SPA surgem em todas as classes sociais, nas diversas faixas etárias, em intelectuais ou não e até em médicos e pacientes, expõe Cury no primeiro capítulo do livro Ansiedade – Como enfrentar o Mal do Século.

"A síndrome teria origem no ritmo intenso da tal da vida moderna e do excesso de informações a que estamos expostos"

A síndrome teria origem no ritmo intenso da tal da vida moderna e do excesso de informações a que estamos expostos. Overdoses diárias de obrigações, de metas a vencer, de coisas a saber, afetariam severamente nossa saúde emocional. SPA, na opinião de Cury, enterra o prazer de viver e consequentemente a criatividade. Para saber se você possui sintomas da doença, basta responder “sim” a uma das seguintes perguntas: Sofre por antecipação? Acorda cansado? Não tolera trabalhar com pessoas lentas? Tem dores de cabeça ou muscular? Pontuou? Eu também. Mas vamos que vamos!

Pessoas avaliadas constantemente que não podem se desligar um minuto que seja, são vulneráveis à síndrome. Executivos de empresas, médicos, jornalistas e policiais lideram a lista de exemplos de profissionais suscetíveis a uma crise de SPA. Então né, mineiramente falando, vamos tocar o pé no freio até o carro cantar. Muito além da descoberta da síndrome, o botão de alerta foi acionado por Cury iluminando o fundo desse túnel.

SPA mostra que a velocidade do pensamento atropela o ritmo de construção do conhecimento. Situações que levaríamos anos e anos para assimilar incorporam-se à nossa rotina como avalanches. Emoções e reflexões de uma descoberta acabam reproduzidas em escala industrial. E por engolir sem mastigar, portadores da doença roubam a energia do córtex cerebral que deveria ser usada por vários órgãos do corpo, daí o estado de exaustão ou fadiga física e mental inexplicável.

O vício de devorar informações e robotizar nossas ações nos tornam carrascos de nós mesmos, explica Augusto Cury. E para o próprio bem-estar de todos e, especialmente, das próximas gerações, é preciso adotar um novo estilo de vida. Dosar pensamentos, emoções e trabalho, sem sacrificar mente e corpo pode ser um grande passo para a reconquista da estabilidade mental.

Magistralmente o descobridor da SPA diz no prefácio de seu livro:”O dinheiro compra bajuladores, mas não amigos; compra a cama, mas não o sono; compra pacotes turísticos, mas não a alegria; compra todo e qualquer produto, mas não a liberdade”. E adiante completa:”Você deve escolher se ficará na plateia, assistindo passivamente aos pensamentos produzidos, ou assumirá o papel de diretor do script da sua história”.

Margareth Botelho é jornalista em Cuiabá

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